O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) disse que recebeu com estranheza a notificação russa sobre a suspensão temporária dos estabelecimentos produtores de carne localizados nos estados do Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. “Pela segunda vez, a notificação chega sem nem mesmo ter sido enviado ao governo brasileiro o relatório técnico das inspeções russas feitas no Brasil”, destaca o secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim.
De acordo com o secretário, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) enviou na quinta-feira correspondência às autoridades russas reiterando o pedido de envio do relatório técnico. Francisco Jardim anunciou ainda que o Ministério da Agricultura promoverá, na próxima segunda-feira (6), reunião com os presidentes de todas as empresas exportadoras de carne do Brasil e respectivas associações. O encontro contará também com a participação de representantes do ministério das Relações Exteriores, para avaliar o impacto da medida.
“Causa estranheza o fato de as medidas terem sido anunciadas sem consistência técnica, repetindo argumentos anteriormente já esclarecidos”, diz o secretário de Defesa Agropecuária. Isso reforça, diz ele, a sensação de que existem outras motivações para a decisão russa, além das questões técnicas alegadas.
O secretário lembrou que durante reunião em Moscou (Rússia), em maio, a SDA apresentou ao governo russo todas as informações técnicas solicitadas, bem como todas as providências adotadas, com a garantia de todas as correções. As mesmas informações já haviam sido fornecidas no Brasil por ocasião da reunião final da missão de inspeção feita pelos russos. Além disso, ficou acertada entre as partes nova reunião, em Moscou, para a segunda quinzena de junho, dando prosseguimento aos entendimentos.
Com referencia à declaração do porta-voz do serviço de Inspeção Sanitária Agrícola da Rússia (Isar), Alexéi Alexéyenko, sobre a suposta presença de bactérias e parasitas na carne brasileira, o secretário considera a afirmação “completamente destituída de fundamentos científicos”. “São alegações jamais apresentadas oficialmente ao governo brasileiro pelas autoridades russas e sem nenhum relatório de análise nesse sentido”, destacou Jardim.
Fonte:
Ministério da Agricultura