“Era um sonho, agora estamos começando a ver esse sonho se tornar realidade”. Com essas palavras o presidente do Sindicato Rural do município de Santa Cruz do Xingu, nordeste mato-grossense, e representante dos integrantes do projeto Xingu Mata Viva, Milson Fuzeti, resumiu o que representou o primeiro pagamento por serviços ambientais para os membros do
projeto, efetivado em Brasília.
Fuzeti representou os 30 produtores, entre pequenos, médios e grandes, que
foram beneficiados com os primeiros recursos captados pelo projeto Xingu
Mata Viva, no valor de R$ 111 mil. Durante a solenidade, realizada na 2ª
Vice-presidência do Senado, organizada pela senadora Serys Slhessarenko
(PT-MT), o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental (Idesa),
responsável pela captação de recursos assinou, juntamente com a Associação
dos Produtores de Santa Cruz do Xingu, um Termo de Cooperação para a
aplicação e gestão dos recursos.
“Tudo toma um rumo diferente. Agora temos que pegar o dinheiro e aplicar no
que foi pactuado com a empresa doadora e ficamos também na expectativa de
outros pagamentos. Com isso o pessoal começa a se preocupar mais. Tinha
alguns produtores que já estavam desanimados com o projeto, agora eles
voltaram a acreditar. E é preciso falar que em governos anteriores nós
éramos incentivados a desmatar, agora estamos recebendo incentivos para
andar na linha”, avaliou Fuzeti.
O projeto Xingu Mata Viva foi desenvolvido a partir da metodologia Brasil
Mata Viva, que tem como objetivo o desenvolvimento com sustentabilidade
através da comercialização dos estoques de carbono pelo desmatamento evitado
nas áreas que integram os projetos. Além do Xingu Mata Viva, estão em
desenvolvimento outros três projetos: São Lourenço Mata Viva (MT), Rio Preto
Mata Viva (BA) e Araguaia Mata Viva (GO).
Na solenidade no Senado, além de Milson Fuzetti, estavam presentes a
senadora Serys Slhessarenko, a sócia-diretora do Cimasp, Michele Thó, os
sócios-diretores da empresa doadora dos recursos – Cifarma – Sônia Braga e
Marinho Braga, os superintendentes do Ibama-MT e Ibama-GO, Pedro Bigneli e
Ary Santos, respectivamente, o presidente do Idesa, Sérgio Brandão e toda a
equipe do Projeto Xingu Mata Viva e a Aprovale.
“O pagamento de serviços ambientais pelo modelo Brasil Mata Viva é um
mecanismo de remuneração e estímulo ao ocupante de área para utilização das
boas práticas de exploração da terra”, explicou a senadora ao acrescentar
que essa é uma questão muito nova no País.
Serys Slhessarenko ainda informou que vai divulgar a iniciativa no encontro
sobre mudanças climáticas promovido pela Organização Mundial de Legisladores
para um ambiente equilibrado, da qual faz parte. O próximo encontro será em
Washington (EUA) nesta semana.
Em Mato Grosso o projeto também conta com o apoio dos deputados estaduais
Mauro Savi e Wagner Ramos (PR), Guilherme Maluf (PSDB) e Percival Muniz
(PPS), autores da lei que declarou o Projeto Xingu Mata Viva como de
utilidade publica e socioambiental.