O UFC não para de crescer e ganhar novos fãs no Brasil. Mas a popularidade progressiva do MMA despertou uma nova frente opositora à modalidade no país. Ao mesmo tempo em que ganha espaço cada vez maior na mídia brasileira, o Ultimate tem que lidar com antipatizantes do torneio como a rede Record e o deputado petista José Mentor, que tenta proibir a transmissão das lutas ao vivo.
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“Ele [projeto] não é de agora, é de 2009. Reconheço que o esporte está muito grande. Mas o MMA é uma coisa brutal, agressiva e descomunal. É uma rinha de galo, que atrai o que há de pior no ser humano. Não é sem motivo que Nova York e a França proíbem”, afirmou José Mentor em entrevista ao iG.
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O projeto de lei do deputado – ainda não votado na Câmara – visa proibir a transmissão de lutas não olímpicas ao vivo, seja na TV aberta ou fechada.
Ele ainda prevê uma multa de R$ 150 mil para as emissoras que passarem “lutas não olímpicas consideradas violentas”. Os canais reincidentes poderiam até mesmo ser tirados do ar.
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“Não é uma censura. Hoje em dia, ninguém pode fumar dentro do bar, por exemplo. É algo que com o tempo pode ser proibido [o MMA]. Se minha neta, por exemplo, estiver em uma escola que ensinam MMA, eu a tiro de lá na hora”, completou o petista.
Outro “adversário” que o UFC terá que enfrentar em meio aos planos de expansão no Brasil é a TV Record. No último fim de semana, o canal dedicou 14 minutos do programa Domingo Espetacular a uma reportagem que criticava duramente a modalidade.
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Além de entrevistar o deputado José Mentor, a emissora rival da Globo passou boa parte da reportagem alertando sobre os perigos do MMA centralizando o vídeo na história de Jeffrey Dunbar, lutador que ficou paraplégico após ser derrubado em um de seus combates.
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Em resposta aos “ataques” recentes, alguns dos principais lutadores brasileiros saíram em defesa do esporte. Atletas como Anderson Silva e Wanderlei Silva se exaltaram e criticaram duramente a emissora e o deputado.
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“Super tendenciosa a matéria da rede Record. Vergonha dar audiência a esse parlamentar que não entende nada sobre nosso esporte. Se a rede Record estivesse passando o UFC, e com toda audiência que nosso esporte dá, garanto que jamais teríamos matérias como essa, vergonha”, afirmou Wanderlei Silva em discurso semelhante ao de Anderson.
“É lamentável que um cara desse [José Mentor] esteja no Congresso. Ele tem que parar de falar bobagem”, afirmou o campeão dos médios do UFC à rádio Jovem Pan.
*Em contato com a reportagem do iG, a Record disse que não se manifestaria sobre o assunto.
Rodrigo Farah, iG São Paulo