O principal partido mexicano de oposição conquistou no domingo a maior parte dos 12 governos estaduais em disputa, numa eleição marcada por intimidações de traficantes e pelo assassinato de um candidato dias antes da votação.
A vitória do Partido Revolucionário Institucional (PRI) pode fortalecê-lo para recuperar o governo nacional nas eleições de 2012, embora analistas digam que o cenário ainda é incerto. Foram eleitos no domingo os governadores de 12 dos 31 Estados mexicanos, além de prefeitos e deputados estaduais.
O PRI perdeu importantes redutos contra candidatos de uma aliança do partido governista PAN (conservador) com a esquerda: Oaxaca (sul, onde o PRI sempre governou), Puebla (centro) e Sinaloa (oeste), segundo resultados oficiais preliminares.
Mas o PRI aparecia à frente em Chihuahua e Tamaulipas – ambos na fronteira com os EUA – e em Durango, onde o partido já é governo e enfrenta disputas entre traficantes pelo controle das rotas de envio de drogas para os EUA.
Além disso, o PRI se encaminha para a vitória também em Aguascalientes e Tlaxcala, governados pelo PAN, e em Zacatecas, que estava em poder da esquerda.
“É uma jornada eleitoral que ratifica a condição do PRI como primeira força política eleitoral do país”, disse a jornalistas a presidente do partido, Beatriz Paredes.
O PRI governou o país durante décadas, até ser derrotado pelo PAN nas urnas, em 2000. O México terá eleições presidenciais dentro de dois anos.
“Os resultados das eleições não projetam um triunfo ou fortalecimento das posições”, disse o analista Fernando Dworak, do Centro de Estudos Espinosa Yglesias.
Violência
O pleito transcorreu em relativa normalidade, levando em conta o cenário da guerra entre governo e traficantes.
Em Chihuahua, morreram no domingo 19 pessoas em fatos relacionados ao narcotráfico, inclusive o irmão de um candidato a prefeito no município de Batopilas, e oito pessoas em Ciudad Juárez, a mais violenta do país.
Em algumas seções eleitorais em localidades conflagradas, a votação foi suspensa devido a relatos de que haveria pessoas ou grupos armados nas imediações. Outros locais de votação não abriram porque funcionários temiam tiroteios.
Reuters/U.Seg