No embalo da Operação Águas Profundas da Polícia Federal (PF), que encontrou ONGs funcionando como correia de transmissão do esquema que fraudava licitações da Petrobras, os parlamentares do DEM querem tirar da gaveta a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, logo após o recesso parlamentar, para colocar a máfia dos estaleiros como alvo do Congresso.
A tática para levar a Petrobras para a CPI é, inicialmente, pedir análise de repasses feitos pela estatal para ONGs.
Segundo líderes do DEM, numa fase seguinte haveria espaço para ampliar o foco e investigar contratos da empresa suspeitos de fraudes e os vínculos com o PT.
Segundo o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), autor do requerimento que criou a CPI, será inevitável que o trabalho da comissão chegue até os contratos da estatal. “Agora é a hora de abrir a caixa-preta”, disse. “Ao analisarmos contratos com ONGs será inevitável chegar até a Petrobras.” Na avaliação do senador, há motivos suficientes para fazer a investigação no Senado prosperar.
A PF, diz Fortes, mostrou a existência de um esquema de corrupção envolvendo ONGs que tinham ligações com petistas e com os ex-governadores Rosinha Matheus e Anthony Garotinho, ambos do PMDB.
A CPI das ONGs foi criada no Senado no início do ano, mas ainda não foi instalada. O objeto de investigação são as transferências de recursos públicos e do exterior às ONGs e às organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips) no período de 2003 a 2006. Para abafar a CPI, a base governista aprovou um adendo ampliando o foco das apurações até 1999, no governo Fernando Henrique Cardoso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
US