Um dos advogados foi pago pela facção criminosa e o valor corresponde aos gastos de advogados com o caso da facada
A Justiça Federal em Juiz de Fora, Minas Gerais, autorizou no mês de março investigações de uma suposta ligação entre Adélio Bispo, preso após dar uma facada em Jair Bolsonaro, e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
A Polícia Federal estava “escondendo” a investigação que mira um dos advogados que defendem o ex-psolista. Acredita-se que esse profissional do Direito tenha ligações com o crime organizado.
A Folha de S.Paulo teve acesso à investigação que envolve o advogado Fernando Magalhães que no ano de 2020 recebeu pagamentos fracionados de R$ 315 mil.
Parte da reportagem diz que a “possível ligação ao caso da facada se daria, segundo o delegado, pelo fato de esses valores serem próximos ao citado por Zanone Oliveira Júnior” caso o processo fosse até o Supremo Tribunal Federal (STF).
O juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Criminal de Juiz de Fora, autorizou mandados de busca e, na decisão, declarou ser “razoável inferir que o pagamento fracionado de R$ 315 mil tenha constituído auxílio prestado pela referida facção para o custeio dos honorários dos advogados do autor do atentado, lançando mão dos recursos movimentados pelo citado Setor das Ajudas do PCC”.
O juiz também fala de uma tese de que a facção criminosa teria financiado o atentado contra Bolsonaro.
– Apresenta coerência porquanto a vítima, o então candidato ao cargo de presidente da República Jair Messias Bolsonaro adotou, durante todo o período de campanha eleitoral, forte discurso de combate à criminalidade no país.
O motivo para que a PF mantivesse a investigação em sigilo se dá por parte dos policiais discordarem desta linha seguida pelo delegado Martin Bottaro.