De acordo com a Receita, verificou-se que contas bancárias de dezenas de empresas “laranjas” serviam para acatar depósitos de valores desses clientes, espalhados pelo Brasil, interessados em pagar fornecedores no exterior ou simplesmente depositar ilegalmente valores fora do Brasil. Além disso, valores expressivos eram sacados, em espécie, dessas contas “laranjas” e serviam imediatamente para quitação de duplicatas ou boletos de cobrança em que empresas exportadoras brasileiras, estabelecidas em Foz do Iguaçu, figuravam como devedoras. O grupo movimentou mais de R$ 300 milhões desde 2011.
Como compensação dessas quitações, exportadoras brasileiras, partícipes do esquema investigado, ordenavam que suas coligadas no Paraguai transferissem valores, em moeda estrangeira, para casas de câmbio estabelecidas em Ciudad Del Este, cujos responsáveis faziam os repasses de pagamentos ou as remessas indicadas pelos clientes brasileiros do esquema investigado.
O governo brasileiro apura se há envolvimento de gerentes e empregados de instituições financeiras nacionais para acobertar as atividades ilícitas, além de dezenas de pessoas físicas que, em troca de uma remuneração, conscientemente, emprestaram seus nomes para constituição de 46 empresas “fantasmas” ou de “fachada”.
O nome da operação, destacou a Receita, é uma referência à teoria musical, visto que o “sustenido” é uma nota intermediária entre duas notas e, assim como o sustenido, a organização criminosa desarticulada representava um grupo intermediário, mais precisamente um elo entre o restante do Brasil e o Paraguai.
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