quinta-feira, 21/11/2024
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Operação da PF investiga retirada ilegal de madeira em terras indígenas

Ao todo, a Justiça Federal de Juína (MT) expediu 67 mandados de busca e apreensão; 28 de condução coercitiva e nove de prisão preventiva (sete deles em Mato Grosso e dois em Rondônia). A Operação Kalupsis (do grego acobertar, encobrir) também conta com a participação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), cujos servidores estão fiscalizando algumas das madeireiras onde policiais cumprem os mandados judiciais.

Segundo as primeiras informações divulgadas pela assessoria da PF, a operação é resultado de investigações iniciadas pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Meio Ambiente, em fevereiro de 2013. Durante a apuração, PF e Ibama identificaram que a madeira vinha sendo ilegalmente cortada e retirada do interior de duas áreas indígenas (Arara Rio Branco e Aripuanã) do noroeste mato-grossense. A operação criminosa era acobertada mediante a transferência de créditos florestais fictícios e fraudulentos.

De acordo com informações no site do Ibama, os créditos servem para acompanhar todo produto florestal desde a origem até o destino final, comprovando a origem lícita da madeira existente em um estabelecimento ou em transporte. Dessa forma, toda a madeira armazenada no pátio de uma serraria ou madeireira deve estar devidamente registrada nos sistemas de controle florestal do Ibama (Sisdof).

Fraudes ao sistema como a apurada pela Operação Kalupsis não são uma novidade. Em novembro de 2013, o Ibama e a Força Nacional apreenderam, também na cidade de Aripuanã (MT), quatro caminhões com madeira nativa retirada ilegalmente da mesma terra indígena, a Arara do Rio Branco. Em dezembro do ano passado, a PF deteve dezenas de pessoas no Maranhão, onde deflagrou a Operação Nuvem Negra. Na ocasião, o Ibama divulgou que, só em 2013, quase 500 mil metros cúbicos de madeira haviam entrado no Maranhão e no Pará com a apresentação de certidões “esquentadas”. O volume é suficiente para encher 14 mil caminhões de transporte desse tipo de material.

O diretor de Fiscalização do Ibama, Luciano Evaristo, explicou à Agência Brasil na época, que os criminosos entravam no sistema do órgão ambiental e simulavam transações comerciais usando a senha de empresas autoriazadas pelo governo para comercializar madeira. Feito isso, os fraudadores criavam uma situação fictícia de venda, passando o crédito de licença para uma empresa fantasma.

O departamento de comunicação social da PF no Mato Grosso informou que vai divulgar um balanço preliminar da operação nas próximas horas.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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