Cerca de 600 Policiais Federais e 170 auditores-fiscais da Receita Federal realizam buscas em mais de 100 residências de envolvidos, sedes de instituições, “bunkers” de “doleiros”, empresas ligadas aos esquemas e seus principais clientes, entre estabelecimentos comerciais e industriais, alguns de grande porte, em mais de 20 cidades de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e do Paraná.
Também são cumpridos, pela Polícia Federal, dezenas de mandados de prisão temporária ou preventiva, envolvendo os operadores dos esquemas, seus principais empregados e pessoas ligadas, além de clientes envolvidos em fraudes com importação e evasão cambial.
Várias contas bancárias identificadas nas investigações e utilizadas pelos esquemas nas suas atividades ilícitas serão objetos de bloqueios judiciais.
Investigação
As sedes principais das duas das principais redes financeiras clandestinas eram em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, e em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que, embora fossem independentes, atuavam em conjunto, uma cobrindo operações da outra diariamente, seja na compra ou na venda de moeda estrangeira, num sistema de compensação, que também se estendia por outros “doleiros” de menor poder econômico e operacional, igualmente alvos da investigação.
No esquema averiguado, detectou-se que a organização criminosa promovia diariamente o câmbio ilegal em espécie e, fazendo uso de diversas contas bancárias mantidas em vários países, realizava as operações conhecidas como “dólar-cabo” ou “euro-cabo” – como são costumeiramente chamadas as remessas internacionais ilegais por meio de compensação, promovidas por redes de “doleiros”.
Com estas ações, as financeiras clandestinas conseguiam atender uma grande clientela de empresas da região, geralmente importadoras que praticavam subfaturamento na importação e evasão de divisas.
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