Policial federal e quatro ‘kids pretos’ foram presos por ‘suposta’ tentativa de golpe em 2022
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (19/11) – Dia da Bandeira Nacional – a Operação batizada de Contragolpe para prender uma organização criminosa que teria planejado um golpe de Estado após as eleições de 2022 e impedir a posse Lula da Silva e restringir a atuação do Poder Judiciário.
Segundo a Polícia Federal, entre as ações elaboradas pelo grupo havia um “um detalhado planejamento operacional, denominado ‘Punhal Verde e Amarelo’, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022” para matar os já eleitos presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
“Ainda estavam nos planos a prisão e execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal, que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado”, diz a PF. O ministro citado pela polícia como alvo dos planos era Alexandre de Moraes.
Quatro militares do Exército ligados às Forças Especiais da Corporação, os chamados “kids pretos”: o general de brigada Mario Fernandes (na reserva), o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira e também o policial federal Wladimir Matos Soares foram presos na Operação.
Kids pretos presos pela PF: Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Mario Fernandes
A Operação, intitulada “Contragolpe”, foi autorizada no âmbito do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado e a sequência de atos antidemocráticos promovidos ao longo do processo eleitoral de 2022, e que culminaram nos atos terroristas de 8 de janeiro de 2023.
Em nota, o Exército confirmou que mandados foram cumpridos em Goiânia e no Rio de Janeiro e que quatro militares foram presos. Segundo a Corporação, o capitão Lucas Guerellus também foi alvo de buscas.
“O Exército Brasileiro segue prestando apoio às investigações em curso, bem como aos militares envolvidos e seus familiares”, diz a nota.
A PF chegou aos alvos desta terça-feira após analisar dados e recuperar arquivos desses militares investigados no inquérito.
Parte dos indícios veio, por exemplo, de material que já tinha sido deletado de aparelhos do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e foi restaurado pelos investigadores. Cid deve depor novamente à Polícia Federal nesta terça.
Em fevereiro deste ano, uma Operação também relacionada ao mesmo inquérito prendeu militares do Exército e um ex-assessor da Presidência e fez buscas contra uma série de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.