A Polícia Federal deflagrou hoje (01-10) a 4ª fase da Operação Carne Fraca. Batizada de Romanos, a ação cumpre 68 mandados de busca e apreensão em nove estados: Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. As medidas foram autorizadas pela 1ª Vara Federal de Ponta Grossa (PR).
Há buscas na União Avícola, no Mato Grosso, que era usada pela BRF para repassar propina para fiscais agropecuários federais, segundo uma fonte da PF.
Segundo informado pela PF, o inquérito tem como foco principal a apuração de crimes de corrupção passiva praticados por auditores fiscais agropecuários federais em diversos estados, em benefício do grupo empresarial BRF, do ramo alimentício, que passou a atuar em colaboração espontânea com as autoridades públicas na investigação.
A BRF indicou que ao menos 60 auditores fiscais agropecuários teriam sido favorecidos com as vantagens indevidas. Há indicativos de que foram destinados R$ 19 milhões para os pagamentos indevidos. Os valores eram pagos em espécie, por meio do custeio de planos de saúde e até mesmo por contratos fictícios firmados com pessoas jurídicas que representavam o interesse dos fiscais.
A prática ilegal teria sido interrompida no ano de 2017, quando o grupo passou por uma reestruturação interna.
O nome da operação faz referência a diversas passagens bíblicas do Livro de Romanos, que tratam de confissão e justiça.