Pelo menos 59 pessoas, entre físicas e jurídicas, são investigadas por crimes financeiros e lavagem de dinheiro, na atual fase da Operação Ararath, deflagrada nesta terça-feira (20), em Cuiabá. O juiz da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, Jefferson Schneider, confirmou que encaminhou as decisões judiciais referentes à operação ao Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou por mandados de busca e apreensão e ainda por prisões cautelares.
O juiz federal disse que decretou duas prisões, sendo uma preventiva e outra temporária, e 30 conduções coercitivas, quando o investigado é levado pela polícia para prestar esclarecimentos sobre o crime. Também disse que recebeu denúncia contra quatro envolvidos tornando-os réus na ação. “Essas medidas cautelares foram proferidas no âmbito de 10 inquéritos policiais, os quais compreendem a operação policial, por meio de 23 decisões judiciais. Na mesma data, em razão de anterior desmembramento do processo em relação aos investigados com prerrogativa de foro, o Supremo Tribunal Federal também fez cumprir mandados de busca e apreensão, assim como prisões cautelares decretadas por aquela Corte”, consta trecho da nota encaminhada pelo magistrado.
Ele esclarece ainda que, em razão de algumas diligências em andamento, não será possível fornecer detalhes da operação para que a coleta de provas não seja prejudicada. Senadores e deputados federais têm prerrogativa de foro e só podem ser alvos de investigação autorizada pelo Supremo. A operação Ararath foi deflagrada para investigar crimes financeiros e lavagem de dinheiro.
Prisão, busca e apreensão
Desde o início da manhã desta terça-feira, os agentes federais cumprem mandados de busca e apreensão em diversas residências, empresas e órgãos públicos. O ex-secretário de fazenda, Éder Moraes, que também foi secretário-chefe da Casa Civil e diretor da antiga Agecopa (antiga Agência de Execução de Projetos da Copa) atualmente Secretaria Extraordinária da Copa, foi preso na operação. Buscas e apreensões foram feitas nas casas do deputado estadual José Riva (PSD), do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sérgio Ricardo Almeida, do prefeito Mauro Mendes (PSB) e do governador Silval Barbosa.
O gabinete do prefeito também foi alvo da operação, como ainda o gabinete de um promotor de Justiça, no Ministério Público Estadual (MPE). A operação foi deflagrada para investigar crimes financeiros e lavagem de dinheiro.
As investigações apontaram que o dinheiro era oriundo de empresas negociadoras de crédito, chamadas de “factorings”, algumas delas também eram de fachada. O governador Silval Barbosa foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, durante o cumprimento do mandado de busca na casa dele. Por mais de quatro horas, o governador ficou na sede da Superintendência da Polícia Federal, na capital, e deixou a unidade por volta das 16h30 [horário de MT].
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