O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, ordenou uma revisão na segurança depois que um escritório sofreu um atentado na Argélia, matando pelo menos 11 funcionários. Segundo a CNN, equipes de resgate ainda buscam por desaparecidos e possíveis sobreviventes nos escombros no prédio atingido por um carro-bomba na terça-feira, num ataque considerado o mais mortífero desde o que matou o brasileiro Sérgio Vieira de Mello no Iraque, em 2003.
O número de vítimas continua incerto. Fontes hospitalares,das equipes de resgate afirmam que 62 pessoas morreram. O Ministério do Interior, no entanto, informou que havia 26 mortes confirmadas e 177 feridos. Já o organismo de proteção civil disse que o primeiro atentado deixou 30 mortos e o segundo, 15. Seis pessoas foram retiradas dos escombros com vida.
As duas explosões ocorreram quase simultaneamente. Por volta das 9h30 do horário local (6h30 em Brasília), um carro-bomba atingiu os escritórios do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no bairro de Hydra, na zona sul de Argel. O outro ataque ocorreu no bairro de Ben Aknoun, perto do Supremo Tribunal Constitucional argelino, no sudoeste da cidade. A explosão atingiu também um ônibus lotado de estudantes universitários que passava pelo local.
Segundo a BBC, o grupo autodenominado Al-Qaeda no Magreb Islâmico, ligado à rede extremista Al-Qaeda, assumiu a autoria dos dois atentados em uma mensagem divulgada em um site islâmico na internet. O grupo afirma que os atentados tiveram como alvo “a toca dos infiéis internacionais” e a Suprema Corte e o objetivo de honrar um de seus líderes, morto em um confronto com tropas argelinas.
“Faremos todo o possível para ajudar os familiares das vítimas do ataque e os feridos”, disse Ban, que está na Indonésia para a Conferência climática da ONU”. “Tomaremos todas as medidas para garantir a segurança das equipes de trabalho, na Argélia e em qualquer lugar, começando pela revisão imediata das nossas medidas e políticas de segurança”.
O governo argelino enfrenta uma insurgência islâmica desde o início dos anos 90, quando o Exército suspendeu o segundo turno das eleições multipartidárias para impedir uma possível vitória de um partido islâmico fundamentalista. Desde então, a luta dos grupos islâmicos para depor o governo deixou pelo menos 200 mil mortos na Argélia.