O crescimento econômico dos 50 países menos avançados foi o maior dos últimos 30 anos, mas o número de pobres continua aumentando, indicou nesta quinta-feira a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).
As taxas de crescimento foram superiores ou iguais a 7% no conjunto de países menos avançados em 2005-2006, segundo o relatório deste ano da Unctad sobre os Países Menos Avançados (PMA).
O crescimento das exportações foi particularmente forte nos países exportadores de petróleo (Angola, Guiné Equatorial, Sudão, Chade, Timor-Leste e Iêmen) e minerais (Zâmbia, República democrática do Congo, Moçambique, Guiné, Mali e Mauritânia).
“Estas exportações representam 76% das exportações totais dos países menos avançados”, ressaltou à imprensa Supachai Panitchpakdi, secretário geral da Unctad.
A fatia das matérias-primas nas exportações desses países, (33 africanos, dez asiáticos, cinco do pacífico e um do Caribe) passou de 59% em 2004 para 77% em 2006.
Segundo a organização, 581 milhões de pessoas de uma população total de 767 milhões viveram com uma renda inferior a US$ 2 por dia em 2005.
Como em inúmeros países os pobres dedicam de 70% a 80% de suas rendas à alimentação, a recente alta drástica dos preços dos alimentos pode anular os avanços obtidos, segundo a Unctad.
A organização manifestou ainda sua preocupação com a dependência cada vez maior dos países menos avançados das exportações de alguns produtos pouco elaborados, o que os torna vulneráveis em caso de turbulências na conjuntura.
Os PMA vêm registrando também uma dependência das fontes externas de financiamento, em particular da ajuda pública ao desenvolvimento, e mobilizam menos seus recursos internos, frisou o relatório.
AFP/Terra