Diretor da AIEA, Rafael Grossi, afirmou que sua delegação busca ‘evitar um acidente’ e que operação vai durar ‘alguns dias’
Um comboio de quase 20 veículos e uma ambulância da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) chegou nesta quarta-feira, 31, à Zaporizhia, no sul da Ucrânia, lugar onde está localizada a maior usina nuclear da Europa. A região está dominada pelas tropas russas desde o começo do conflito, em 24 de fevereiro. Desde então, a central parou de receber os reparos necessários e acendeu um alerta sobre a possibilidade de uma tragédia. O diretor da AIEA, Rafael Grossi, afirmou que sua delegação busca “evitar um acidente nuclear” e tentar estabilizar a situação após semanas de bombardeios nas proximidades. Mas isso vai levar um tempo. “A missão levará alguns dias. Se conseguirmos estabelecer uma presença permanente, ou uma presença contínua, será prolongada”, disse Grossi a repórteres em um hotel em Zaporizhia. “Mas este primeiro segmento levará alguns dias”, acrescentou.
“Temos uma tarefa muito importante a realizar lá – avaliar a situação real, ajudar a estabilizar a situação o máximo que pudermos”, disse ele, acrescentando que a equipe da AIEA tinha garantias da Rússia e da Ucrânia para entrar na zona de guerra. A usina nuclear está na linha de frente entre as forças ucranianas e russas, que trocam acusações sobre os bombardeios. Isso significa que os inspetores da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) devem cruzar a linha de frente com garantias de segurança de ambos os lados. Embora a cidade esteja a duas horas de carro da usina, a guerra dificulta calcular quanto tempo levará para os equipamentos chegarem ao local. Há semanas, Ucrânia e Rússia se acusam de colocar em perigo a segurança da usina com ataques de artilharia ou drones e arriscar um desastre de radiação no estilo de Chernobyl. A Ucrânia pediu à Rússia que interrompa os bombardeios no caminho até a central nuclear. “As tropas de ocupação russas devem parar de disparar contra os corredores usados pela delegação da AIEA e não dificultar suas atividades na usina”, escreveu no Facebook o porta-voz da diplomacia ucraniana Oleg Nikolenko.
*Com informações da AFP