Trata-se de "um dos mais completos relatórios científicos da história", disse o secretário da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Michel Jarraud, em entrevista durante a apresentação do documento.
"Não há nenhuma dúvida de que o clima está mudando", acrescentou, e que "95% dessas mudanças devem-se à ação humana".
No caso da Europa, as mudanças climáticas vão provocar um aumento das restrições de água devido à "significativa redução da extração dos rios e aquíferos subterrâneos" combinada com o aumento da procura para irrigação, energia, indústria e uso doméstico, diz o documento citado pelas agências internacionais.
O processo será intensificado em determinadas áreas do continente, devido à maior perda de água por meio do seu processo natural de evaporação, particularmente no Sul da Europa", acrescenta o relatório.
Outro risco para a Europa refere-se ao aumento do calor, que pode ter impacto negativo na saúde e no bem-estar da população, na produtividade, na produção agrícola e na qualidade do ar, bem como ao risco de incêndios florestais "no Sul do continente e no Extremo Norte da Rússia".
A fim de atenuar esses riscos, o IPCC apela aos líderes políticos para que tomem medidas a fim de reforçar os sistemas de vigilância, advertindo para "eventos climáticos extremos", melhorem a gestão de recursos hídricos e as políticas para promover a poupança de água ou para combater os incêndios florestais.
"Reduzir esses riscos dependerá da nossa capacidade de mitigar os efeitos das mudanças climáticas e de os adaptar às nossas sociedades", destacou Chris Field, vice-presidente do grupo de trabalho da ONU.
O presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, destacou, em particular, a necessidade de redução das emissões de gases de efeito estufa, um fator "do qual dependerá aquilo que ocorrer em muitas partes do mundo nos próximos anos".
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