O coordenador humanitário da ONU (Organização das Nações Unidas) em territórios palestinos, Maxwell Gaylard, alertou nesta terça-feira para uma “crise de pobreza” por que passa a população palestina.
“Temos uma crise generalizada de pobreza, uma alta no desemprego, uma deterioração das condições de vida, e afrontas em grande escala contra a dignidade dos palestinos”, afirmou Gaylard em entrevista coletiva em Jerusalém.
Segundo dados do Escritório Palestino de Estatísticas, citados por Gaylard, 57% das famílias palestinas vivem na pobreza –49% na Cisjordânia e 79% na faixa de Gaza–, enquanto o desemprego alcançou, em 2007, 32,3% em Gaza e 22,6% na Cisjordânia.
Para Gaylard, os palestinos são vítimas “de uma negação dos direitos humanos, econômicos, políticos e sociais” e enfrentam a “fragmentação” de seu território e a restrição da circulação de pessoas.
Paralelamente, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) previu em Genebra que o bloqueio israelense imposto em Gaza desde a última quinta-feira (18) pode provocar um “colapso total” da infra-estrutura do território.
“O bloqueio tem um enorme custo humano e temos pedido que Israel o encerre imediatamente”, declarou a porta-voz da CICR, Dorothea Krimitsas.
A pressão internacional para impedir uma crise humanitária em Gaza levou Israel a voltar a fornecer combustível para a central elétrica, o que permitiu o restabelecimento da energia em parte do território.
O governo de Israel decidiu também permitir a entrada de 50 caminhões de remédios e comida no território, assim como fornecer 500 mil litros de diesel para abastecer os geradores.
Com France Presse