A ONG holandesa “Women on Web” está oferecendo, pela internet, pílulas gratuitas às mulheres grávidas infectadas com o vírus da zika para provocar, se desejarem, um aborto medicinal seguro diante da suspeita de que a doença gera malformações congênitas.
A instituição pediu ao governo do Brasil que não intercepte os pacotes enviados "ao menos durante a duração da epidemia de zika". Segundo Rebecca Gomperts, fundadora e diretora da ONG, "o zika está se espalhando para a maioria dos países onde o aborto é muito restrito".
A Organização Mundial da Saúde já afirmou que o vírus da zika é o principal suspeito da multiplicação de malformações congênitas na América Latina e declarou uma emergência de saúde mundial.
O aborto só é permitido no Brasil nos casos de estupro, risco de vida da mãe e quando o feto é anencéfalo. Segundo juristas, os casos de fetos com microcefalia não se encaixam na mesma exceção daqueles com anencefalia porque a microcefalia não é incompatível com a vida.
A Women on Web foi criada em 2005 para apoiar o acesso ao aborto seguro em todo o mundo. Atualmente, recebe cerca de 10.000 mensagens de e-mail mensais pedindo ajuda.
Com mais de 1,5 milhão de pessoas contagiadas desde abril, o Brasil é o país mais afetado pelo vírus, seguido da Colômbia, que no sábado informou sobre mais de 13,8 mil casos, 890 deles em mulheres grávidas.
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