Parte nordeste do país tem sido muito atingida por baixas temperaturas e inundações
O número de mortes causadas pelas inundações repentinas e pela onda de frio, a pior a atingir o Afeganistão em décadas e que assolou o país nas últimas duas semanas, aumentou para 158 nesta quinta-feira, 26, segundo confirmaram à EFE as autoridades talibãs. “Em 24 províncias afegãs, 158 pessoas morreram e outras 22 ficaram feridas desde 10 de janeiro de 2023” devido às baixas temperaturas e inundações, disse o diretor de Mitigação de Risco do Ministério de Gestão de Desastres do Afeganistão, Mula Janan Sayeq. A onda de frio atinge principalmente o nordeste do país, com mínimas que chegaram a 20 graus negativos e cobriram de neve grande parte do território, inclusive a capital Cabul, além de terem causado a morte de cerca de 70 mil cabeças de gado. Apesar de os talibãs terem enviado equipes de socorro às áreas mais afetadas, em coordenação com diversas organizações não-governamentais, a ajuda segue sendo insuficiente no Afeganistão, que carece de recursos para fazer face à grave crise humanitária que sofre desde a chegada ao poder dos talibãs.
O Afeganistão já estava mergulhado em uma profunda crise humanitária e econômica antes da chegada do Talibã ao poder, mas o isolamento internacional e o bloqueio de fundos de ajuda externa após a queda do governo anterior agravaram a situação precária de milhões de afegãos. À crise humanitária soma-se um inverno particularmente rigoroso, em um país que registra regularmente mortes por baixas temperaturas devido à escassez de infraestruturas e serviços básicos, bem como pela qualidade das habitações, muitas vezes simples tendas no caso dos mais desfavorecidos. Grande parte do território afegão é atravessada pela enorme cordilheira Indocuche e experimenta temperaturas extremas durante o inverno.
EFE-Jovempan