A introdução das novas vacinas contra o câncer de colo de útero nos países em desenvolvimento poderia “salvar centenas de milhares de vidas”, segundo um comunicado conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
O comunicado conjunto, publicado nesta terça-feira, em Genebra e Londres, qualifica estas vacinas de “muito promissoras para o mundo em desenvolvimento”.
O câncer de colo do útero “custou a vida a mais de 250 mil mulheres em 2005, a grande maioria nos países em desenvolvimento” e deverá causar “perto de 25% de mortes suplementares” ao longo dos 10 próximos anos, acrescentou o comunicado. Quinhentos mil novos casos foram registrados em 2005, dos quais 90% nos países em desenvolvimento.
Uma vacina protetora contra as infecções causadas pelo papilomavírus humano (HPV), que podem evoluir para o câncer, a Gardasil, já foi autorizada nos Estados Unidos e na União Européia, bem como em outros países. Ela visa os papilomavírus de tipos 16 e 18, responsáveis, em média, por 70% dos casos de câncer de colo do útero, bem como os tipos 6 e 11.
Uma segunda vacina, a Cervarix, que também visa os tipos 16 e 18, poderá ser autorizada em breve.
Além de combater uma forma mortal de câncer, a introdução destas vacinas poderão ajudar a “promover a saúde sexual”, ao reforçar os programas de saúde destinados às adolescentes, acrescentou a OMS.
“Nós não sabemos qual será o preço final da vacina nos países em desenvolvimento”, declarou um encarregado da UNFPA, “mas podemos estar certos que este será um sério desafio a sua introdução rápida ali onde mais se necessita: os países pobres”.
“Em nível internacional, serão necessárias parcerias para tentar reduzir o limite entre o momento em que uma vacina é formalmente registrada e aquele em que está disponível nos países em desenvolvimento, bem como para fixar um preço negociado e uma capacidade de produção adequada para abastecer os países em desenvolvimento”, acrescentou o comunicado.
Em novembro, quando foi lançada na França, o preço da Gardasil foi estabelecido em 145,94 euros (193,85 dólares) a dose, sendo que são necessárias três para a imunização.