O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, afirmou nesta segunda-feira que as vendas de veículos no mercado interno tiveram pequena desaceleração em agosto, passando da média diária de 8.000 para 7.800 unidades. Para ele, esse desempenho mais fraco não é uma tendência de piora, mas uma parada momentânea dos negócios causada pelos Jogos Olímpicos do Rio.
Com o fim do evento, acredita Megale, o consumidor deverá voltar a procurar as concessionárias e ajudar a manter a estabilidade. “O crescimento ainda não será robusto, mas esperamos que, a partir de setembro, ou mesmo do fim deste mês, o mercado volte a um nível mais estável, com um cenário a caminho da recuperação”, disse.
Segundo o executivo, o setor ainda terá que vencer muitos desafios para voltar a crescer e registrar níveis recordes, como o de quatro anos atrás, quando a comercialização passou de 3,8 milhões de unidades.
Ao discursar na abertura do workshop Planejamento Automotivo 2017, no Hotel Sheraton WTC, Megale manteve as projeções de um recuo de 19% nas vendas de veículos, que devem atingir 2,08 milhões e de uma queda de 5,5% na produção, com um total de 2,3 milhões de unidades.
De acordo com a análise do presidente da Anfavea, o êxito da Olimpíada trouxe de volta a autoestima dos brasileiros. Com as definições políticas em torno do processo de afastamento da presidenta Dilma Roussefff, o que se espera é uma retomada da confiança do consumidor, disse. Ele acredita que muitos estão adiando a decisão de compra por “medo da perda do emprego”.
Mas o receio do consumidor não é só uma questão de confiança, segundo o executivo. O setor da indústria automobilística está com trabalhadores acima do que necessita para produzir. É o caso, por exemplo, da Mercedes-Benz, que anunciou um excedente de 2.500 pessoas. Preocupado com as demissões, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, discutiu o assunto na última sexta-feira com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, e ficou de conversar com a montadora.
(Com Agência Brasil)VEJA.COM