A obesidade é mais preocupante para a saúde pública brasileira do que a desnutrição. É o que constatou um estudo divulgado pelo Ministério da Saúde, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra que enquanto a desnutrição caiu de 9,5% para 4% da população, 40% dos adultos do país estão acima do peso considerado ideal, com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 25. Ao se levar em conta o total de obesos (pessoas com IMC superior a 30), o percentual é de 8,8% para os homens e 12,7% para as mulheres.
O problema se concentra principalmente nas regiões Sul e Sudeste, onde a obesidade afeta 9,8% dos homens e 14% das mulheres em média. Em relação à faixa de renda, os índices são maiores entre os homens mais ricos. Nas famílias com renda per capita superior a cinco salários mínimos, o percentual aumenta para 13,5%.
Entre as mulheres a obesidade ocorre de forma praticamente igual em todas as classes sociais, sendo um pouco maior (14,4%) nas famílias com renda per capita de um a dois salários mínimos.
Segundo as estatísticas do IBGE, o consumo médio de legumes, verduras e frutas, em todas as classes sociais, está abaixo do mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 400 gramas diários.
Para a coordenadora de Política e Nutrição do Ministério da Saúde, Ana Beatriz Vasconcellos, a migração populacional é um dos fatores que contribui para o aumento da obesidade. Como não têm mais tempo de preparar refeições, as pessoas recorrem a alimentos industrializados, que trazem prejuízos nutricionais.
A obesidade pode acarretar complicações como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas, entre outras.