quinta-feira, 21/11/2024
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Obama perde a maioria no sendo para republicanos

Confirmando as expectativas, o Partido Republicano manteve o controle da Câmara e conquistou a maioria das cadeiras do Senado nas eleições legislativas dos Estados Unidos desta terça-feira (4), de acordo com projeções da imprensa norte-americana. Com isso, o presidente democrata Barack Obama terá de enfrentar forte oposição nos últimos dois anos de governo.

Segundo a "CBS News", os republicanos obtiveram 226 das 435 cadeiras da Câmara de Representantes, enquanto a NBC aponta 242 cadeiras para os opositores ao presidente Obama. Resultados são semelhantes nos portais dos principais jornais do país, como o "The New York Times", e "Washington Post".

As agências internacionais de notícias Efe, France Presse e Reuters também dão como certa a vitória republicana nos EUA.

O controle total do Congresso por parte dos republicanos não acontecia desde 2006 e determina um horizonte difícil para o fim da presidência a Obama, que acompanhou a disputa da Casa Branca. "O presidente está seguindo os resultados da Casa Branca e falou com candidatos à Câmara, ao Senado e aos governos estaduais dos dois partidos", disse o porta-voz de Obama, Josh Earnest, em seu perfil oficial no Twitter.

A Carolina do Norte foi o sexto estado, junto com Arkansas, Dakota do Sul, Montana, Virgínia Ocidental e Colorado, onde as cadeiras passaram dos democratas para os republicanos, o que deu aos conservadores o controle absoluto do Congresso durante os dois últimos anos de mandato de Obama.

De acordo com a "CNN", os republicanos venceram ainda em estados como a Georgia, Kentucky, Maine, Mississippi, Nebraska, Oklahoma, Carolina do Sul, Tennessee, Texas e Wyoming.

No total, cerca de 145 milhões de eleitores foram às urnas em 36 estados e renovaram a totalidade dos 435 membros da Câmara dos Representantes, os governos estaduais e um terço das 100 cadeiras do Senado, cujo controle era do Partido Democrata.

Senado

Na disputa pelo Senado, os republicanos assumiram o controle da casa, com Mitch McConnell, vitorioso no Kentucky, surgindo como o nome forte do partido na Câmara Alta. "Está na hora de seguir em outra direção", disse McConnell, de 72 anos. "Mas temos a obrigação de trabalhar juntos nos temas onde possamos estar de acordo".

As redes de televisão também apontam a vitória da republicana Shelley Moore Capito na Virgínia Ocidental, sucedendo o democrata Jay Rockefeller; e no Arkansas, onde o republicano Tom Cotton derrotou o democrata Mark Pryor.

Cotton, um veterano das campanhas militares no Iraque e Afeganistão, conseguiu uma vitória no estado natal do ex-presidente Bill Clinton, aproximando os republicanos do objetivo de conquistar, ao menos, 51 cadeiras no Senado. Segundo a emissora "NBC News", entre os políticos que receberam um telefonema de Obama está justamente o vencedor em Arkansas.

No Colorado, o republicano Cory Gardner conquistou a cadeira para o Senado, derrotando o democrata Mark Udall, segundo as redes de TV, que também apontam vitórias republicanas em Montana, Dakota do Sul e Iowa.

A primeira cadeira a mudar de mãos foi na Virgínia Ocidental, onde a congressista Shelley Moore Capito venceu a democrata Natalie Tennant, que tentava conservar a cadeira que pertencia a seu correligionário Jay Rockefeller, que está se aposentando depois de representar seu estado por 30 anos.

A política republicana, de 60 anos, marcou outro feito histórico ao se transformar na primeira mulher a representar esse estado no Senado federal em mais de 50 anos.

“O povo americano depositou sua confiança no partido republicano. Isso representa uma rejeição das políticas fracassadas do presidente Obama e do Senado disfuncional de Harry Reid”, disse em comunicado o presidente do Comitê Nacional Republicano (RNC, sigla em inglês), Reince Priebus.

Por sua vez, o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, reconheceu a vitória dos conservadores e parabenizou o senador Mitch McConnell, que a partir de janeiro ocupará seu posto.

Estados

Nas eleições para os governos estaduais, o governador republicano Rick Scott conseguiu se manter no cargo na Flórida, superando por mínima diferença o democrata Charlie Crist, em um resultado-chave para a oposição visando a eleição presidencial.

Scott, um empresário de 61 anos, obteve 48% dos votos, contra 47% de Crist, um advogado de 58 anos que governou a Flórida entre 2007 e 2011 como republicano e agora tentava voltar como democrata.

O governo da Flórida era um dos 36 do país com disputa eleitoral na terça.

Alguns governos mudaram de partido: os republicanos derrotaram os democratas em Maryland, Arkansas e Illinois, mas os democratas venceram na Pensilvânia, segundo projeções da imprensa.

O suspense na Flórida, onde o voto latino tem peso decisivo, prosseguiu até o fim. As pesquisas apontavam um empate técnico até o dia da votação. Scott superou Crist por pouco mais de 70 mil votos.

A eleição era acompanhada por todo o país, já que a Flórida é considerada um estado aberto, ou seja, não é democrata nem republicano.

Ter um governador aliado pode ajudar os republicanos na eleição presidencial de 2016, que deve ser definida por estados como a Flórida.

Obama

Nas chamadas "midterms", tradicionalmente cruéis para o partido no poder, os eleitores renovaram as 435 cadeiras da Câmara de Representantes, 36 das 100 cadeiras do Senado, e 36 dos 50 governadores de Estados.

Obama admitiu nesta terça que o mapa eleitoral este ano foi particularmente desfavorável para os democratas. "É, provavelmente, o pior grupo possível de estados para os democratas desde Dwight Eisenhower", disse Obama à rádio WNPR.

Para o senador Rand Paul, visto como um possível candidato republicano para a eleição presidencial de 2016, "o vento está a nosso favor". "Acho que as pessoas estão prontas para uma nova liderança".

"Será uma grande vitória, uma grande noite", antecipou o senador John Cornyn, segunda figura dos republicanos no Senado.

Nos EUA, historicamente, o partido do presidente em exercício perde as eleições legislativas de meio de mandato.

Referendos

Simultaneamente, ocorreram dezenas de referendos nos estados, especialmente sobre a legalização da maconha, direito ao aborto e aumento do salário mínimo.

Em Washington – capital dos EUA – foi aprovada a legalização da maconha, um resultado que reforça a tendência já manifestada por outros estados.

A legalização da maconha na capital federal obteve 64,26% dos votos, contra 29,45% que rejeitaram o consumo recreativo da erva – limitado a 50 gramas – entre adultos maiores de 21 anos, a entrega (não a venda) de até 25 gramas, e o cultivo de no máximo três plantas em casa.

Em julho, a capital federal já havia descriminado parcialmente a posse da maconha, transformada em delito menor.

Washington DC se une agora aos estados do Colorado e Washington, situados no noroeste do país, que nas eleições de 2012 aprovaram a comercialização e a posse de pequenas quantidades de maconha para fins recreativos.

G1

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Parmenas Alt
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