O 14º encontro da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC, na sigla em inglês) em Poznan, na Polônia, começa nesta segunda-feira cercado de expectativas.
De um lado, acredita-se que a eleição do democrata Barack Obama para a Presidência dos Estados Unidos possa impulsionar as negociações rumo a um acordo para redução de emissões de gás carbônico.
Mas de outro, há a preocupação de que a crise econômica mundial e os temores de recessão nos países desenvolvidos ameacem dificultar as já espinhosas discussões sobre maiores compromissos e investimentos neste sentido.
O professor Anthony Hall, da London School of Economics e autor de diversos livros sobre meio ambiente, acredita que os líderes mundiais vão enfrentar dificuldades em Poznan.
“A eleição de Obama leva a uma nova onda de mudanças na política de meio ambiente, mas vão ser negociações delicadas para conciliar os novos acontecimentos da crise, que restringem a capacidade de investimento”, afirmou Hall à BBC Brasil.
“Papel chave”
O especialista britânico disse ainda que o Brasil tem uma grande oportunidade de assumir um papel ainda mais destacado de liderança nas negociações deste ano.
“O Brasil tem uma posição respeitada na diplomacia internacional e nos assuntos climáticos pela própria história do país, do envolvimento na elaboração do Protocolo de Kyoto, mas acho que o país pode ter um papel chave não só na Polônia como em Copenhague.”
Para isso, será fundamental que o país consiga articular uma proposta viável de mecanismo REDD – a sigla em inglês para redução de emissões provenientes de desmatamento e degradação de florestas.
Este é talvez o ponto mais importante para o Brasil e outros países da América Latina que têm em seus territórios vastas áreas verdes.
A idéia é criar formas de financiar a manutenção das florestas nestes países diante das fortes pressões desenvolvimentistas internas.
Em Poznan, espera-se que os países participantes avancem no sentido de uma estrutura que possibilite a transferência de recursos para REDD em países pobres e que dê aos países desenvolvidos a certeza de que estes recursos serão aplicados na redução de emissões.
U.Seg