O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que a resolução aprovada nesta quarta-feira pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas vai colocar em prática as “mais duras sanções” já impostas ao governo iraniano e envia “uma mensagem inequívoca”.
“Hoje o Conselho de Segurança das Nações Unidas votou esmagadoramente a favor de sancionar o Irã por seu contínuo fracasso em cumprir suas obrigações”, disse Obama, na Casa Branca, logo após a divulgação do resultado da reunião da ONU.
“Essa resolução irá colocar em prática as mais duras sanções já enfrentadas pelo governo iraniano e envia uma mensagem inequívoca sobre o comprometimento da comunidade internacional em interromper a proliferação de armas nucleares.”
A aprovação das sanções, porém, não foi unânime. Brasil e Turquia, que têm vagas rotativas no Conselho de Segurança, sem direito a veto, votaram contra. O Líbano se absteve.
União
Ao comentar o resultado da votação, Obama disse que a resolução teve “forte apoio internacional”. “Ao votar pela resolução nós fomos acompanhados de nações da Ásia, da África, da Europa e da América Latina, incluindo a Rússia e a China”, disse o presidente americano.
“E essas sanções mostram a visão unificada da comunidade internacional de que uma corrida nuclear no Oriente Médio não é do interesse de ninguém e que as nações devem ser responsabilizadas por desafiar o regime global de não-proliferação”, afirmou Obama.
Segundo analistas, o fato de nem todos os países do Conselho de Segurança terem votado a favor das sanções prejudicou a ideia de união que os Estados Unidos desejavam transmitir.
“O fato de o Brasil e a Turquia não apoiarem prejudica o desejo dos Estados Unidos de mostrar que o mundo está unido em torno dessa questão”, disse à BBC Brasil o jornalista e pesquisador Douglas Farah, do International Assessment and Strategy Center.
Diplomacia
Ao manifestar seu voto na reunião do Conselho de Segurança, a embaixadora brasileira na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, disse que as sanções “vão contra os esforços do Brasil e da Turquia para engajar o Irã em uma solução negociada para o seu programa nuclear”.
Entretanto, em seu pronunciamento em Washington, Obama voltou a dizer que as sanções não excluem o caminho da diplomacia. “Essas sanções não fecham a porta para a diplomacia. O Irã continua a ter a oportunidade de seguir por diferentes e melhores caminhos”, disse o presidente.
“Não há nada que eu queira mais do que chegar ao dia em que o governo iraniano cumpra suas obrigações internacionais. Um dia em que essas sanções sejam suspensas, as sanções anteriores sejam suspensas, e o povo iraniano possa finalmente realizar a grandeza da nação iraniana”, afirmou. “Na verdade, essas sanções não são direcionadas ao povo iraniano.”
Obama disse ainda que os Estados Unidos vão garantir que as sanções sejam “cumpridas rigorosamente”.