Algum dia você já sentiu medo de apitar uma partida de futebol? Seja num grande estádio com superlotação de torcedores de clube rivais ou na várzea, naquele campo cercado por um alambrado não muito confiável, rodeado por torcedores querendo acima de tudo sua pele, tomados pela bebida ou pela maldição dos tempos atuais. Com certeza já!
Ao pisar no solo sagrado (campo de futebol – regra 01) o coração dispara e as palmas das mãos começam a suar, o ultimo suspiro se faz ouvir é a hora de assoprar o apito dando inicio a partida (regra – 08). Se esta se trata de uma decisão de campeonato, com toda a parafernália eletrônica para registrar os possíveis erros que sua natureza humana possa cometer, o nó estômago fará ser sentido, esta mesma sensação é ampliada quando se trata de uma decisão na várzea onde as condições de segurança são muitas vezes inexistentes!
Esta sensação de medo não demostra a timidez do árbitro (regra – 05), pois ela refrete o nosso sistema natural de defesa quando um perigo eminente possa existir. O medo nos revela nossa capacidade de tratar certas situações de forma diferente, faz os nossos sentidos ficarem mais apurados e mais atentos, minimizando os erros por falta de atenção e proporcionado o caminho para uma boa arbitragem.
O medo leva a comunhão entre os companheiros da equipe de arbitragem, onde palavras de tranquilidade e serenas trazem fluidos de calmaria e afeto. São palavras de fortalecimento que eleva o grau de autoestima do ser humano e proporciona um relaxamento natural, dando ao árbitro e aos árbitros assistentes (regra – 06) a destreza de aplicar a Carta Magna (livro de regras) com sabedoria e firmeza nas situações complicadas possam ocorrem durante a partida.
Por Valter Ferreira Mariano