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Após 35 anos de um cientista da NASA, James Hansen, ter testemunhado perante o Congresso dos Estados Unidos sobre o espectro das alterações climáticas, a Terra está a caminho de experimentar um aquecimento de 2,7 °C até 2100. Embora haja pouco consenso entre as nações sobre como reduzir as emissões de carbono, há um consenso quase universal de que este aumento de temperatura seria desastroso.
Inclusive, esse é um dos motivos de 196 signatários do Acordo de Paris, assinado em 2015, terem se comprometido a manter o aumento médio das temperaturas globais abaixo de 2 °C acima dos níveis pré-industriais e, de preferência, limitar qualquer aumento a 1,5 °C. Mas, do que exatamente esse objetivo nos salva e como ele foi selecionado em primeiro lugar?
Em termos gerais, a meta estabelecida de limitar o aquecimento global a 2 °C em relação às temperaturas pré-industriais é uma meta tanto política quanto científica. A verdade é que não existe nada comprovado do que acontecerá com o nosso mundo em uma temperatura específica. Porém, cada grau de aumento representa uma maior probabilidade de que a Terra atinja o chamado “ponto de inflexão” irreversível.
Segundo o estudo, 0,5 °C adicionais de aquecimento significariam provavelmente a perda de gelo marinho no Ártico, três vezes mais calor extremo, níveis muito maiores de extinção e a possível perda de recifes de corais em todo o planeta. Isso nos levaria ainda mais perto dos pontos críticos de perda das camadas de gelo na Groenlândia e na Antártica Ocidental — sem contar os metros de aumento do nível do mar que acompanham esses eventos.
Perspectivas para o futuro
(Fonte: Getty Images)
Se 1,2 °C de aquecimento já é demais e 2 °C são potencialmente cataclísmicos, isso não significa que deveríamos ter estabelecido metas mais baixas? Na realidade, quando determinamos um objetivo, é quase como se estivéssemos traçando um limite de velocidade. Afinal, o que nos faz pisar no freio é termos em mente que estamos ultrapassando um limite acordado e que isso pode ser prejudicial para nossas vidas.
E, nesse momento, a humanidade não parece estar pronta para pisar completamente nos freios ainda. Muitos progressos na redução das emissões de carbono aconteceram após o Acordo de Paris de 2015, desde uma explosão de energia limpa, novas políticas públicas sendo criadas e por aí vai. Contudo, ainda será necessário tomar medidas agressivas e a um ritmo muito mais rápido se quisermos que o aquecimento não só desacelere, mas também pare.
Se isso puder acontecer a tempo de evitar o aquecimento global em 2 °C, então isso seria uma espécie de conquista para a humanidade. Porém, caso esse progresso seja feito muito antes do limiar ser atingido, definitivamente teremos tido um sucesso como espécie.
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