domingo, 24/11/2024
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O poder da internet nas campanhas políticas

Nas campanhas eleitorais americanas, os chamados especialistas em mídia desempenham papel essencial.

Não existe propaganda gratuita na televisão. Paga-se por tudo. O candidato tem assessores para tudo. Economia, finanças, pesquisas de opinião pública, redatores de discursos, gente que ensina o candidato como ler e se comportar diante de todos os tipos imagináveis de audiência, como se vestir, como atrair interesse da mídia, utilizar a mídia para se promover e captar recursos.

Cada aparição é um espetáculo cuidadosamente montado. O marketing político é realizado por equipes muito bem pagas. O candidato tem de ser informado sobre cada local que visita, personalidades, tradições que provem que ele tem intimidade com o país. E, claro, a personalidade própria, o carisma que é qualidade que não se pode definir, é o ponto de partida. Os marqueteiros precisam de excepcional criatividade. E se o candidato não for um comunicador nato urge tentar recriá-lo.

Já em Gênesis, a Bíblia ensina os princípios da criatividade adotados até hoje.

Na atual campanha eleitoral americana, os marqueteiros com experiência em pleitos anteriores foram sujeitos a um reaprendizado. Já sabiam, lógico, da força da televisão e da necessidade de imaginar o espetáculo e ensaiar o “artista”. Um tropeço numa cena pode ser fatal para qualquer espetáculo.

Obama revelou-se o melhor. É símbolo de mudança, elegante, grande orador, mulato, sem a marca dos políticos da capital aos quais se atribui a culpa do que acontece com os Estados Unidos, cuja crise tende a ser duradoura. Aliás, ao escrever sobre eleições, nunca esqueço o que dizia um bem-sucedido político mineiro. “Eleição se ganha nas urnas”, um comentário que fazia sobre pesquisas.

A campanha de Obama e McCain ensinou aos marqueteiros que existe nova e poderosa mídia que exige tecnologia compatível. A internet provou-se um grande instrumento de promoção dos candidatos e suas idéias. Um meio de levantar recursos de milhões de pequenos doadores. A melhor mídia para chegar ao eleitorado mais jovem. O internauta é considerado essencial para ganhar eleições.

A internet está tendo conseqüências impensadas. Mesmo na era da televisão, o cidadão se relacionava com candidatos de seu partido. Com a força da web, o partido perdeu muito de sua influência. Cada indivíduo se sente participante direto do drama eleitoral. Ele se comunica com as organizações dos candidatos. Manda suas críticas e sugestões, troca idéias com internautas. Tem a sensação que influiu, comunica-se instantaneamente com lideranças locais ou xinga a mão do político. Fala com jornal, com programas de rádio e televisão. É ator atuante em todo o processo. Um indivíduo que se manifesta, que sente o seu poder de influir.

Nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório, é um direito. O número dos que votam é tradicionalmente pouco superior a 50% da população habilitada a votar. O candidato tem organizações de voluntários cuja função é convencer o cidadão a votar. Os marqueteiros já verificaram, por meio de pesquisas, que a internet é a melhor mídia para convencer a geração de internautas a ir votar. A convencer que cada voto pode decidir.

Os novos “especialistas” no uso da nova mídia estão ganhando altos salários. Vão desenvolvendo a linguagem compatível com a mídia nova. Difere daquela do jornal impresso, do rádio, da televisão. É a linguagem da síntese inteligente e atraente, do essencial. Ainda está sendo criada, mas já ocupa lugar de crescente destaque no planejamento da promoção política. É a técnica que mais exige, entre todas as mídias, pois implica em ser tão interessante que faz com que o internauta considere essencial descobrir a mensagem entre milhões de sites.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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