No Brasil, notícias de balas perdidas e acidentes com armas de fogo são frequentes. Muitos jovens já foram vítimas de disparo acidental ao manusear a arma do pai ou de um amigo. Policiais também se tornam reféns de seus próprios equipamentos de trabalho. O caso mais recente aconteceu em Brasília, quando um policial disparou um tiro acidental em um menino de 11 anos.
O presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transporte de Valores no Distrito Federal – SINDESP/DF, especialista em segurança privada, Irenaldo Pereira Lima, é categórico ao dizer que uma arma não dispara sozinha. “O que faz disparar a arma é a mão do homem. O descuido, a falta de atenção ou o despreparo são as causas das balas perdidas e das fatalidades”, afirma.
Segundo o especialista, muitos desses acidentes poderiam ser evitados se houvesse o investimento na qualificação do policial, a fiscalização e a conscientização das pessoas quanto aos cuidados com as armas de fogo.
“As armas vêm com sistema de segurança, e a maioria possui travas para evitar o disparo. A justificativa de que a arma disparou porque o policial teria escorregado no barranco é inaceitável. Ele é um profissional da segurança pública, precisa estar preparado para agir. Outro caso emblemático foi o do policial que, ao dar uma coronhada em um torcedor, acabou disparando a arma na cabeça do jovem. Provavelmente a arma não estava travada. Com certeza o policial não tinha a intenção de atirar, mas faltou o preparo para o manuseio”, afirma.
“É preciso investir mais em segurança. O policial deveria receber um treinamento mais adequado, não é só passar em um concurso e ir para a academia. Esses profissionais vão lidar com vidas, precisam ter o trabalho psicológico e a qualificação tática”, relata o especialista.
Após a aprovação do Estatuto do Desarmamento, em 2003, apenas integrantes das Forças Armadas e de segurança pública, empresas de segurança privada, pessoas que praticam tiro esportivo, auditores da Receita Federal, auditores fiscais do Trabalho, agentes da Agência Brasileira de Inteligência e do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, além dos guardas municipais de cidades com mais de 50 mil habitantes – desde que não tenham antecedentes criminais e sejam autorizados pela Polícia Federal -, podem portar armas de fogo.
“Essa foi uma excelente ação do governo. Diminuiu o número de armas em circulação, dificultou a compra desses materiais e, com isso, evitou muitos acidentes. De 2003 a 2007 houve a diminuição de 12,8% no número de mortes a cada cem mil habitantes”, relata.
Para Irenaldo, é mais fácil diminuir o índice de acidentes com civis. Para isso, ele dá algumas dicas que podem salvar vidas. “Sempre deixe a arma descarregada. Retire também o ferrolho e coloque as munições em outro lugar, nunca junto com a arma. Escolha três locais distintos para guardar o armamento. Evite comentar onde a arma é guardada. Converse com as pessoas da casa sobre os perigos de manusear uma arma e não incentive às crianças a usarem armas de brinquedo”, conclui Irenaldo.
Sobre o SINDESP/DF – O SINDESP/DF é filiado à Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist). Hoje, conta com 32 associados, que geram, em média, 14.800 empregos diretos.
ASSESSORIA DE IMPRENSA – SINDESP-DF