A Capivara Editora apresenta o volume escrito pelos historiadores Maria de Fátima Costa e Pablo Diener que reconta a história da região, detalhando pela primeira vez seus povos originários e a fantástica e singular topografiaApoio: Documenta Pantanal
Pantanal: a maior planície alagável do mundo. Um dos biomas mais singulares do país. Um mundo de águas, de terras férteis, de vida vegetal e animal. A casa de povos originários de profunda riqueza cultural. E o espaço onde se processam mudanças econômicas e sociais em passo que deve – precisa – considerar o cuidado com o meio-ambiente.
Chega às livrarias o volume produzido pela Capivara Editora, com apoio da Documenta Pantanal – viabilizado pela Lei federal de Incentivo à Cultura – e escrito pelos historiadores Maria de Fátima Costa e Pablo Diener, com prefácio de Jorge Caldeira, que ressalta em seu texto a “erudita e cuidadosa revisão das fontes”, a “revisão dos dados antropológicos” e a oportunidade de “repensar e reavaliar a ruptura do equilíbrio milenar” que a região corre o risco de sofrer.
O território de aproximadamente 110 mil km² tem como eixo o Rio Paraguai, com seus 1.272 km de extensão, e seus afluentes. O movimento das águas forma os mais diversos habitats e o conjunto, assim, mostra muitas fisionomias. “É o mundo que conhecemos como os Pantanais”, afirmam Costa e Diener, enfatizando com o plural essa diversidade extraordinária. A planície tem pequena inclinação, o que faz com que as águas refluam muito devagar; assim, imensas lagoas temporárias aparecem e desaparecem.
Espetacularmente ilustrado pela produção de dez fotógrafos, com mapas e imagens históricas, o livro percorre a quase desconhecida ocupação original da região, trazendo inclusive os marcos rupestres que muito poucos já viram. Em prólogo, cinco capítulos e epílogo, Costa e Diener apresentam com detalhes tanto o espaço geográfico e suas especificidades – ciclos de enchentes e vazantes, vegetação, fauna – quanto a presença humana desde tempos imemoriais, passando pelo avanço dos bandeirantes na busca de gemas e metais preciosos.
A região, fabulosa usina natural, representa um verdadeiro “coração molhado do nosso subcontinente”, nas palavras dos autores; “a dinâmica das terras e das águas” do espaço pantaneiro, um “organismo único” ao mesmo tempo impactante e frágil. Uma joia da natureza e da cultura a ser admirada, compreendida e protegida.
Sobre os autores:
Maria de Fátima Costa é doutora em História pela Universidade de São Paulo, professora Titular aposentada da Universidade Federal de Mato Grosso e pesquisadora da Rede Internacional Geopolítica Americana dos séculos XVI–XIX / GEOPAM. Desenvolve investigações sobre as expedições científicas que estiveram na América do Sul, tendo publicações, entre outras, sobre as Expedições Demarcadoras de Limites do século XVIII, a Viagem Filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira, a Expedição Langsdorff, a viagem de Spix e Martius ao Brasil, e a expedição de Francis de Castelnau. É autora também de História de um país inexistente: o Pantanal entre os séculos XVI e XVIII.
Pablo Diener é doutor em História da Arte pela Universidade de Zurique e professor Associado aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso. Tem publicado estudos sobre as viagens científicas e artísticas ao continente americano nos séculos XVIII e XIX e é autor de Rugendas 1802-1858 — Catálogo da obra, Rugendas, su viaje por Chile — 1834-1842 e “Os viajantes naturalistas do século XIX e suas contribuições para o conhecimento científico das línguas e culturas dos povos nativos das Américas”. Organizou exposições como Rugendas: América de Punta a Cabo, Los viajeros europeos del siglo XIX en México, El barón de Courcy: ilustraciones de viaje e O descobrimento da natureza, de C. D. Friedrich a Humboldt, no Chile, no México e na Alemanha.