quinta-feira, 21/11/2024
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O fuzil de Roberto Jefferson

Chauke Stephan Filho:

Quem não se lembra de Roberto Jefferson? Grande e inesquecível figura! “Vossa Excelência desperta em mim os instintos mais bestiais”, ele falou para a história. Naquele momento do distante ano de 2005, ele jogava toda a verdade contra o ventilador. Ele tombava atirando. Perderia a liberdade. Que importava isso? Lutar estava acima de tudo. Saído do cárcere, continua a lutar. Desta vez para salvar a sua biografia. E novamente vence!

Sua última batalha trava-se contra o Supremo Tribunal Fariseu (STF). Com as críticas aos “lobistas” do STF, Roberto Jefferson redimiu-se dos erros de seu passado. O antigo corrupto do PTB é agora um militante armado em defesa do Brasil. O Roberto de agora carrega um fuzil, não mais uma bolsa com numerário furtado à Nação. Com o seu sangue, que oferece em sacrifício ao seu povo, se preciso for, e parece ser mesmo esse o caso, sabemos agora que Jefferson aprendeu as lições dos erros que cometeu. O rato é agora um leão. Apoiado num fuzil, Roberto Jefferson levanta-se como nova muralha do Brasil. Aos 70 anos, Roberto voltou a nascer. O Brasil ganhou novo e vitorioso belator para as suas legiões, na guerra contra o atraso, a corrupção, a tirania. Sirva ele de exemplo a tantos outros que não foram capazes da mesma metamorfose moral, continuando a ser os ratos que infestam palácios.

Quem não sabe do mal, não sabe do bem. Roberto Jefferson conheceu e praticou o mal como homem público; agora bate-se pelo bem, armado de fuzil. Os inimigos de Roberto no STF são hoje o que Roberto foi no passado. Roberto livrou-se da hipocrisia, mas não os seus inimigos. Estes continuam a representar o seu papel na grande farsa nacional. Roberto diz o que pensa, Roberto ataca, ataque aberto. Foi por isso perseguido, foi acusado de ameaçar a democracia, os direitos humanos, o desarmamento, a constituição, a correção política, a honra dos ministros do STF, o decoro, a segurança nacional, a meretriz que … E a tudo resistiu heroicamente. Ser homem é isso!

Mas uma coisa Roberto Jefferson não ameaça: a sã consciência dele. Eis o quanto basta para fazer de um homem um verdadeiro homem. Homem livre, crítico, independente, solidário, pleno de vontade de servir o Brasil, depois de o haver traído. Talvez tenha sido melhor assim: porque uma vez Jefferson perpetrou o mal, agora devota-se à pratica o bem muito maior.

O traidor é agora soldado leal ao Brasil. Se calado Jefferson for, seu fuzil falará por ele e por seu povo. Esse filho do Brasil não fugirá a nenhuma nova luta. Jefferson entrou num lamaçal, mas saiu dali conhecedor da enorme fundura dele, e então quis drenar toda a lama. E assim lavou a sua alma. Porque conheceu o mal, Roberto bate-se agora pelo bem. E lá no STF, de onde se irradia a falsa imagem do bem, Roberto sabe que lá mesmo se escondem o coração e o cérebro do mal. Ali os lobos vestem peles de ovelha. Ali o discurso do amor oculta a prática do ódio. Ali naquele “refúgio da Justiça” os censores pregam a liberdade de expressão, ao tempo que censuram, fecham editoras, prendem jornalistas, instauram inquéritos de que são os investigadores, os promotores, os juízes. Ali no STF ninguém foi eleito, mas todos dizem falar pelo povo! E pelos povos, e por toda a humanidade. Ora, por que os representantes da humanidade não poderiam mandar prender meia dúzia ou 1 milhão de boquejadores impertinentes das redes sociais? No STF todos são campeões da forma discursiva do bem. Ah, como é fácil defender o bem na situação de quem come lagosta e bebe os mais finos vinhos do mundo, sem pagar por nada disso. Assim é fácil defender corruptos e restantes tipos de meliante.

Afinal, o que perdem os ministros do STF, quando na periferia uma moça é estuprada? O que eles sofrem, quando um cidadão tem sua casa assaltada? O que se passa com eles quando o Comando Vermelho domina as ruas das cidades? Quando o Brasil perde o controle de suas fronteiras, quando o povo é desarmado —  depois de votar contra o desarmamento em plebiscito, quando plataformas digitais silenciam a voz pública, quando bandidos são soltos e militantes políticos são presos, quando traficantes expulsam trabalhadores de suas próprias casas, o que eles sentem? Tudo, menos culpa.

Indiferentes à sorte do Brasil, não sentirão nada. Ou decerto sentirão prazer, aqueles sádicos! Ou orgulho, ou vaidade, talvez se sintam como semideuses pelo poder que acumulam, sem que nenhuma vez tenham precisado pedir nenhum voto a ninguém, senão os seus patrocinadores. E, no entanto, esses são os “guardiões da Constituição”, o que só faz ainda mais absurda a situação. Como é que pode? Depois de 500 anos, onze homens decidem da vida de 200 milhões de habitantes da metade de um subcontinente! Se nossa raça não for capaz de fazer melhor do que isso, não terá razão para existir. O pior pode acontecer, e a Suprema Corte nada fará pelo melhor, nem pelo menos pior, não mudará nada, como força que é a serviço do estabilismo. No “Excelso Pretório” está o reino da hipocrisia e da escrotidão.

A tecnoburocracia judiciária perdeu contato com a realidade. Seus maiores “operadores” servem as doutrinas, as escolas do Direito, as tradições políticas, servem a si mesmos, servem os seus padrinhos, servem as corporações, as instituições globalistas, servem as melhores academias — das quais podem ser os proprietários, servem as bancas advocatícias de suas mulheres e amantes, servem os ricos, mas o Brasil não os tem como seus servidores, a não ser em sentido administrativo. Os “eméritos” ministros do STF não servem o Brasil e por isso não servem ao Brasil. Só a oligarquia internacional precisa dos magistrados do STF, para manter a ditadura politicamente correta na dominação desta parte do mundo. Se daqui a 200 anos, pelo efeito genético de más condições socioeconômicas e políticas imigratórias, o povo nacional tiver sido transformado numa população de macacos, a catastrófica metamorfose não cambiaria nada no STF, a não ser pela discreta mudança de que a carta magna passaria a ser o código de defesa animal.

Eis por que homens tais qual Roberto Jefferson são como messias sem filiação divina. Resgatados da mentira e da corrupção, eles abandonam o pecado para alcançar a salvação. Mas, indo além, buscam salvar também o seu povo. Há santos que não acreditam em Deus, mas a esses o Altíssimo transforma em instrumentos de Sua obra. Outros só afundaram no mal para depois se alçarem ao bem mais alto como servos do Todo-poderoso. Contra homens assim, há no STF onze Judas. Os traidores haverão de acabar enforcados, mas não por suicídio. Merecidamente… Ao contrário de Roberto, os ministros daquele “recanto da paz” não se arrependeram.

Roberto Jefferson, o Brasil te perdoa e abraça. (E espera ouvir o trovejar do seu fuzil, Excelência.)

Chauke Stephan Filho nasceu em Cuiabá no ano de 1960. Ex-professor universitário com graduação em sociologia e política (PUC/RJ), português e literatura (UFMT) e pós-graduação em educação (Unic), dedica-se ao estudo da sociologia do racismo como servidor da Prefeitura de Cuiabá, onde também serve como revisor. É colaborador dos ciberjornais Alt Notícias e O Sentinela.

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Parmenas Alt
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