Quem lembra da famosa frase “sou geneticamente honesto”? Ela ficou conhecida nas eleições de 2002, quando o então candidato a governador do PSDB, senador Antero Paes de Barros fazia questão de repeti-la insistentemente em seus discursos. A tentativa de convencer os eleitores de sua honestidade não foi bem sucedida, pois o povo que não é bobó mandou um recado através das urnas ao senador tucano, que quem é geneticamente honesto não precisa falar e sim, demonstrar através de suas ações.
É incrível que ainda existam políticos que subestimem a sabedoria popular e tentam impor aos berros sua irrefragável ética. Novamente o senador Antero Paes de Barros é candidato a governador de Mato Grosso e continua subestimando a inteligência do eleitor, envergonhando seu partido e prejudicando o candidato a presidente do PSDB, Geraldo Alckmin.
Enquanto a cúpula do PSDB discute internamente como neutralizar o senador Antero para que ele não praga mais prejuízos a candidatura de Alckmin, a sociedade civil e a imprensa estão se movimentando para alertar os eleitores que o discurso do senador “geneticamente honesto” não condiz com sua pratica. A prova disso é que no Jornal Folha de São Paulo que circulou no dia 31 de agosto, foi publicado um artigo com o titulo “No mesmo saco”, assinado por Eliane Cantanhêde. O artigo presta um serviço ao eleitor mato-grossense, neste período que antecede as eleições, pois esclarece a verdadeira face do candidato a governador de Mato Grosso pelo PSDB. Leiam com atenção o artigo e não esqueçam de expurgar da política no dia 03 de outubro os falsos paladinos da moralidade.
O senador Antero Paes de Barros está para o escândalo dos sanguessugas assim como o também senador Eduardo Azeredo está para o do mensalão. Eles metem o PSDB no saco de acusados e minam o discurso ético da oposição.
Azeredo, que presidiu o PSDB, é uma espécie de prova viva de que o esquema Marcos Valério começou para o financiamento de campanha de tucanos em Minas e só depois evoluiu para uma central do PT e do governo Lula para a compra de partidos e de votos no Congresso.
Antero foi da CPI do Banestado e da CPI dos Bingos, é titular do Conselho de Ética do Senado e entrou no último lote (três parlamentares) da extensa lista de suspeitos sanguessugas. Tornou-se mais uma dor de cabeça para Alckmin e para o alto comando do PSDB, justamente pelo revés da sigla. Azeredo é emblemático pelo alto cargo e por dividir as culpas do valerioduto. Antero, porque, além de virulento acusador dos petistas nos seus cargos do Senado, passa a ser o único tucano incluído na CPI dos Sanguessugas. O outro, um deputado, desligou-se do partido.
Ontem, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, reuniu-se longamente com tucanos. Imaginava-se que para discutir as pesquisas, a campanha ou o oportunismo do governador Lúcio Alcântara (CE), que aderiu a Lula no Planalto a dias da eleição. Nada disso. Um dos maiores problemas dos tucanos é Antero, que entrou em cena num capítulo eletrizante da campanha: justamente quando Alckmin e os tucanos decidiram abrir guerra contra Lula e o PT.
As armas de Alckmin são cuecas, Land Rover, Dirceu, Palocci, Delúbio, Silvinho, Waldomiro e por aí afora. Mas bastam um só Azeredo e um só Antero para o ricochete. E para legitimar o pretexto de artista que antes pregava a ética e agora quer votar em Lula: não dá para fazer política sem… sujar a mão. Tradução: são todos iguais.
Carla Aires – Empresária
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