Fábio e Luís Cláudio são a face mais aparente do sucesso empresarial do clã Lula da Silva, mas a concorrência não é pequena
São tantas as semelhanças entre Lula e Bolsonaro (populismo, incompetência, falta de cultura e conhecimento gerais, autocracia, falas e modos grosseiros, casos de corrupção, egocentrismo etc.) que eu precisaria de duas ou três colunas inteiras para tratar do assunto. Como o tempo é uma mercadoria cada vez mais difícil de se encontrar, prefiro dar atenção à “característica”, talvez, mais aparente de todas: filhos prodígios quando o assunto é ganhar dinheiro.
“Nunca antes na história deff paíff”, uma prole foi tão capaz e tão bem-sucedida assim. Os lulinhas e os bolsokids não erram uma! São como o Rei Midas da mitologia grega, que transformava em ouro tudo o que tocava. Games, imóveis, esportes, chocolate, palestras, cursos, entretenimento… Ser sócio desses caras deve ser a melhor coisa do mundo. Difícil deve ser aguentar, depois, o Judiciário no cangote.
Pelo lado da família da “alma mais honesta deff paíff”, a despeito de uma filha (Lurian Cordeiro) que passou anos vivendo no exterior, amparada financeiramente pela herdeira de uma empresa envolvida em esquemas de corrupção, e posteriormente tendo o marido flagrado, cobrando para marcar reuniões entre empresários e figurões políticos, chamam a atenção dois dos rapazes (são quatro os filhos homens de Lula).
Educador físico e bom de negócios
A LFT Marketing Esportivo é uma empresa que foi alvo da Operação Zelotes, da Polícia Federal, em 2015, que investigou fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Seu dono, à época, era Luís Cláudio da Silva, também proprietário da Touchdown, empresa investigada no âmbito da Operação Lava Jato, em 2017, após delação de executivos da Odebrecht – Luís foi indiciado por lavagem de dinheiro e tráfico de influência.
Recentemente, o moço ganhou as manchetes policiais outra vez, após sua esposa, Natália Schincariol, acusá-lo por uma cotovelada durante uma briga. Ela também disse ter sido vítima de agressão verbal, moral e psicológica. Após a conclusão do inquérito policial, ele não foi indiciado e o caso foi arquivado. Educador Físico, Luís passou por grandes clubes de futebol, inclusive o Corinthians, “Sem a influência do meu pai”, segundo ele mesmo.
De fato, as coincidências e a sorte não abandonam o filho quando o papis está no Poder. Luís Cláudio assinou um contrato de negócios com uma empresa cubana, no mesmo dia em que o presidente Lula a visitou em Havana, em 15 de setembro último. Como há uma cláusula de confidencialidade, ninguém tem acesso ao objeto do contrato, ou seja, por quanto, como, quais e por que os serviços serão – ou deverão ser – prestados.
Ronaldinho dos Negócios e os bolsokids
Fábio Luiz é o mais velho dos pimpolhos do chefão petista. Biólogo, fez fortuna com uma empresa de games que, apenas em 2004, recebeu 5 milhões de reais da operadora Telemar, atual Oi. Conhecido como Lulinha, após tamanho sucesso empresarial – depois que o pai se tornou presidente da República, claro (antes trabalhava em um jardim zoológico em Santo André, SP) – foi apelidado por Lula como o “Ronaldinho dos Negócios”.
Após a avalanche de escândalos e denúncias, envolvendo os Lula da Silva durante a Operação Lava Jato, Fábio sumiu do mapa-múndi dos grandes negócios. Contudo, com o papai eleito novamente, “reabriu” a G4 Entretenimento Digital, empresa que prestava serviços à Oi, com sede – vejam só! – em uma sala que está, há anos, bloqueada judicialmente por ter pertencido a um traficante internacional de drogas.
Fábio e Luís Cláudio são a face mais aparente do sucesso empresarial do clã Lula da Silva, mas a concorrência não é pequena, não. Outro clã, o Bolsonaro, também colhe dividendos milionários no mundo dos negócios. Flávio e Jair Renan, filhos de Jair Bolsonaro, não podem reclamar. Principalmente o atual senador, um dos mais brilhantes players do mercado imobiliário nacional e campeoníssimo de venda de panetones de chocolate – inclusive fora de época.
Filhos de peixe…
O amigão do Fabrício Queiroz – mas amigão mesmo, já que o carequinha confessou que pagava contas pessoais do então deputado fluminense, através de “rachadinhas” com funcionários do gabinete, sem “Flavinho Wonka” saber – comprou e vendeu imóveis, às vezes, em parte, usando dinheiro vivo, sempre com lucros fabulosos. Aliás, seu irmão e deputado federal, Eduardo Bolsonaro, o “Dudu Bananinha”, também.
O apelido “Wonka” surgiu por outro espetacular sucesso empresarial do bolsokid 01. Ele foi sócio de uma franquia de chocolates, que vendia panetones como nenhuma outra, inclusive fora de temporada (natal), de preferência, não pagos com cartão de crédito – “Dinheiro ou débito, por favor”. Wonka é em alusão ao personagem Willy Wonka (Gene Wilder/Johnny Depp), do icônico filme A Fantástica Fábrica de Chocolate (original e remake).
Já o 04, Jair Renan, aprendeu rápido e começou a carreira de “filho de presidente” bem cedo. Igualmente, já se meteu em enroscos judiciais precocemente. Com apenas 26 anos, o rapaz é réu, acusado de fraude em empréstimos bancários e responde por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso, além de ser investigado por tráfico de influência. Ou seja, nada mal se comparado aos filhos presidenciais acima, não é verdade?
O Antagonista