O informativo número 18 do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso contabiliza os focos de calor e ocorrências de 1º janeiro a 27 de agosto e apresenta dados positivos do estado. O informativo foi divulgado nesta quinta (31.08) e aponta uma redução de 20% do número de focos de calor no território estadual, enquanto os estados da Amazônia Legal tiveram aumento de 2% e os números do país aumentaram em 13% a quantidade de focos de calor.
Os dados são do monitoramento do Centro de Pesquisa do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e estão disponíveis para análise e estudo. Mesmo com a redução o BEA e outras unidades do CBM combateram simultaneamente cinco incêndios florestais em Unidades de Conservação nesta última semana de agosto.
As chamas em áreas de proteção atingiram pela segunda vez os Parques Estaduais da Serra do Ricardo Franco (Vila Bela da Santíssima Trindade) e da Gruta da Lagoa Azul (Nobres). O fogo também atingiu uma grande extensão do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, o que demandou trabalho integrado com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Outra área atingida é a Reserva Particular do Patrimônio Natural do Sesc Pantanal, que protege uma grande área do Pantanal em Barão de Melgaço. A de combate mais difícil é na Área de Proteção Ambiental das Nascentes do Rio Paraguai.
O principal rio do Pantanal nasce entre Diamantino e Alto Paraguai em muitas pequenas nascentes, que demandam a necessidade de proteção de uma grande área. O fogo teve origem numa área de relevo acidentado e ameaça comunidades rurais no entorno da APA. A equipe de combate ao incêndio recebeu reforço e na manhã desta sexta (01/09) o incêndio foi extinto.
O período seco está tão severo em Mato Grosso quanto no restante do Centro-Oeste, mas as estratégias de enfrentamento a queimadas ilegais tem apontado o caminho para o estado apresentar números diferentes do restante do país. O CBM tem apostado na parceria com prefeituras para montagem de Brigadas Mistas para o combate a incêndios florestais. Apesar da brigada ser um mecanismo de combate aos incêndios já em andamento, a presença de uma equipe de resposta às ocorrências ambientais tem sido inibidora do crime.
As prisões são outro fator que colaboram com a redução de ocorrências do crime contra o meio ambiente. A pena varia de acordo com o tamanho do dano ambiental e dos prejuízos causados a terceiros. O período proibitivo de queimadas segue até o dia 30 de setembro e pode ser prorrogado se as condições climáticas de calor e seca se mantiverem. A limpeza de terrenos urbanos com uso do fogo é proibida durante todo o ano.