No Vietnã, que há sete meses não registra nenhum surto da doença entre suas aves de criação, um homem de 35 anos foi hospitalizado na Província Kien Gang (sul), na fronteira com a China, sob suspeita de ter contraído a gripe aviária.
E, na quinta-feira, surgiram sinais de que o H5N1 estaria se espalhando pela região central da Tailândia depois de surtos no norte e no nordeste terem chamado atenção para a precariedade dos sistemas de defesa do país contra o vírus, que já matou, segundo se sabe, 134 pessoas.
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) pediu aos governos da região que estejam vigilantes contra o H5N1 ainda presente entre suas aves de criação após ter se espalhado por grande parte da Ásia, três anos atrás.
“Os países da região estão se esforçando ao máximo, mas há poucos recursos disponíveis no que diz respeito à área de saúde animal”, afirmou à Reuters Aphaluk Bhatiasevi, porta-voz da FAO.
De outro lado, a preocupação alimentada pelo suposto surgimento de vários casos da doença em um mesmo grupo de indonésios diminuiu depois de testes preliminares não terem confirmado seis casos suspeitos identificados no Norte de Sumatra.
O grupo morava no mesmo bairro em que sete membros de uma mesma família morreram em virtude do H5N1, em maio. Mas testes mostraram que o vírus era o da gripe comum.
Tais casos alimentam temores de que o vírus tivesse, por meio de mutações, adquirido a capacidade de passar facilmente de uma pessoa a outra. Não houve indícios, até agora, de que isso tenha acontecido.
No Vietnã, onde 42 pessoas morreram desde o final de 2003, o médico de um hospital da Província no qual deu entrada o suposto caso mais recente da doença disse que o homem em questão apresentou febre alta após ingerir carne de pato.
O último caso confirmado da doença em seres humanos no Vietnã apareceu em novembro de 2005.
TAMIFLU FABRICADO NA TAILÂNDIA
Devido à preocupação com os sistemas de vigilância da região, uma autoridade da FAO foi enviada ao Laos, nesta semana, a fim de avaliar os esforços do país para identificar os casos da doença.
O H5N1 foi encontrado em uma propriedade rural localizada ao sul de Vientiane (capital do país), no primeiro surto da doença ali desde 2004.
Essa autoridade deve visitar também a Tailândia, onde o governo foi criticado devido à demora para responder aos surtos mais recentes e devido à morte de um adolescente, no final de julho.
O governo tailandês prometeu melhorar seu sistema de vigilância e ameaçou multar os criadores ou mesmo condená-los a penas de prisão se não eles informarem às autoridades o surgimento de aves doentes ou mortas.
A Tailândia também avança rumo ao lançamento, em novembro, de uma versão genérica do antiviral Tamiflu, fabricado pela empresa suíça Roche.
A Organização Farmacêutica do Governo, a fabricante estatal de remédios do país, afirmou que sua versão custaria o equivalente a 1,9 dólar a cápsula, ou 40 centavos de dólar mais barato do que o preço cobrado pelo Tamiflu no mercado tailandês.
Os esforços para intensificar a cooperação regional contra o vírus sofreram um revés quando o Laos cancelou, repentinamente, um encontro com autoridades da Tailândia para discutir o assunto. A reunião deveria acontecer na quinta-feira, em Vientiane.
A decisão apareceu dias depois de autoridades importantes da Tailândia terem acusado o Laos de permitir que o H5N1 atingisse o nordeste do território tailandês, onde o vírus foi encontrado em 78 propriedades rurais. O Laos rebateu a acusação.
“Na qualidade de vizinhos, desejamos manter uma cooperação mais intensa. A gripe aviária pode atingir as populações dos dois países”, disse o ministro das Relações Exteriores da Tailândia, Kantathi Suphamongkhon, segundo a agência de notícias Thai News.