As contas da Câmara de Cuiabá deverão encerrar o ano de 2013 "no vermelho" devido a um rombo superior a R$ 8 milhões. A constatação é de um relatório apresentado nesta terça-feira (10) pelo novo presidente do Poder Legislativo municipal, vereador Júlio Pinheiro (PTB). Devido ao déficit, ele também anunciou a suspensão do pagamento a fornecedores por três meses.
“Está suspenso o pagamento de fornecedor por 90 dias. Não estou dizendo que vou dar o calote, mas primeiro quero checar se está tudo de acordo”, explicou o presidente em entrevista coletiva convocada para divulgar os dados do relatório e a dívida herdada.
Pinheiro assumiu recentemente a presidência da Mesa Diretora após a renúncia do antecessor, vereador João Emanuel (PSD), figura central de um escândalo desencadeado pela operação “Aprendiz”, parte da investigação do Ministério Público Estadual (MPE) sobre esquemas de fraude dentro da Câmara.
Assim que assumiu o cargo, Pinheiro anunciou que faria um “raio-x” da situação no Poder Legislativo, mas já ciente de que haveria um déficit nas contas. Um relatório a respeito da saúde financeira da Casa foi realizado e, nesta terça-feira, Pinheiro declarou que os cálculos apontaram dívida de R$ 8,113 milhões no período legislativo deste ano.
Atualmente, há R$ 300 mil em caixa e a expectativa de receber ainda R$ 2,4 milhões de repasse do duodécimo, de forma que deverá haver saldo positivo de aproximadamente R$ 2,7 milhões até o dia 31 de dezembro, valor insuficiente para cobrir o rombo cujos motivos o vereador agora pretende apurar.
Antecessor de Pinheiro, João Emanuel classificou o déficit como resultado de um mau planejamento na Câmara, a qual ele comandou durante todo o ano legislativo até a última semana, quando renunciou por força dos desdobramentos da operação Aprendiz. Segundo o parlamentar, a Câmara também precisou quitar ao longo do ano a folha de pagamento, serviços terceirizados e o material de consumo.
“Houve um planejamento orçamentário menor que o a ser executado e nós tínhamos que já cobrir os déficits que vieram dos anos passados”, argumentou.
G1-MT