Da CN
Um novo ciclone extratropical, com ventos de até 100km/h, pode passar pelo Sul do país nas próximas 48h. O fenômeno ocorre dias após o chamado “ciclone bomba“, que deixou pelo menos dez mortos e causou destruição nos estados da região.
Segundo o meteorologista do Climatempo André Madeira, novamente, a formação de área de baixa pressão deve ser a responsável pelos ventos fortes.
“Temos mais uma vez uma formação de área de baixa pressão sob o RS e divisa com SC, que vai se desenvolver como um ciclone extratropical. Entre a manhã de terça (7) e a de quarta-feira (8), o ritmo de ventos intensos e chuva volumosa é bem alto”, alertou ele, que frisou que a intensidade não será a mesma do “ciclone bomba”, mas que há “potencial para estragos também”.
“É um ciclone intenso, mas não tanto quanto o da semana passada. A gente tem a pressão do ar um pouco mais elevada e o poder destrutivo também é elevado. Estamos esperando rajadas de vento entre 70 km/h e 100 km/h e chuva chegando a 100 milímetros acumulados em 24h – também entre terça e quarta-feira”, acrescentou.
De acordo com o meteorologista, as áreas que devem ser mais atingidas e sofrer mais as consequências da formação do ciclone são: o centro-norte, noroeste e litoral norte do Rio Grande e Sul, a grande Porto Alegre, além da Serra Gaúcha e o centro-sul de Santa Catarina – incluindo serras catarinenses, na região de Urubici, São Joaquim e litoral sul do estado.
O especialista do Climatempo ainda esclareceu que a reincidência do fenômeno nessas regiões se deve à época típica de formação desses ciclones. “Eles costumam se formar no Sul do Brasil principalmente entre maio e setembro – período de inverno no hemisfério sul –, então a presença é normal e provoca vento intenso”, ressaltou.
Madeira destacou ainda que as chuvas e o vento forte devem deixar o mar agitado, o que leva a uma previsão de ressaca entre quarta e quinta-feira para os litorais de SC e RS. A partir de quinta, as ondas chegam também ao litoral do sudeste do país – especialmente a São Paulo e Rio de Janeiro.
O que é um ‘ciclone bomba’?
Com ventos de até 120 km/h, ‘ciclone bomba’ derrubou árvores e postes em Florianópolis
Ciclone é um termo genérico usado para descrever o fenômeno que se forma a partir de um sistema de baixa pressão (quando há muitas nuvens e chuvas), em regiões tropicais e subtropicais.
Já o “ciclone bomba” é formado quando há uma queda expressiva da pressão atmosférica em um intervalo de 24 horas. De acordo com o Climatempo, o fenômeno causa ventos muito fortes e acaba deixando o mar mais agitado, já que nessa situação há menos força do ar sobre a superfície da água, elevando a altura das ondas e o risco de ressaca.
Apesar de assustar a população com a força dos ventos, a ocorrência é “relativamente comum” para esta época, segundo o meteorologista do Climatempo André Madeira. “São relativamente comuns nesta época do ano, e ocorrem aqui, no litoral do país, na região Sul, principalmente entre maio e setembro. São áreas de baixa pressão que, geralmente, se formam associados à uma frente fria”, disse ele.