“A saúde em Cuiabá poderia estar melhor se houvesse diálogo entre os envolvidos”. “A vida não tem preço, mas a medicina tem”. “A judicialização da saúde precisa ser revista, a maioria das liminares resulta em não recebimento pela unidade prestadora de serviços e é preciso dizer quem, quando e com que dinheiro o procedimento será pago”. Frases como estas, que apontam a necessidade de novas práticas na área da saúde no Estado, marcaram o depoimento do presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviço de Saúde do Estado de Mato Grosso, José Ricardo de Mello, à CPI da Saúde. Mello elogiou a forma com que a CPI está conduzindo os trabalhos, com transparência e ouvindo todas as partes.
Mello chamou a atenção para a necessidade de realização de mesas redondas com todos os envolvidos com o tema da saúde, pelo menos uma vez por ano, para que sejam estabelecidas práticas mais saudáveis na condução da saúde.
De acordo com ele, Cuiabá tem suporte técnico para procedimentos de alta complexidade para responder a demanda existente, mas a tabela praticada pelo SUS inviabiliza a prática da alta complexidade. Ele explicou que na área de saúde a construção e equipamentos das unidades não é o problema, mas a manutenção, uma vez que um hospital demanda a mesma manutenção de um hotel, por exemplo. E na alta complexidade o maior custo se dá em razão da compra de orteses e próteses e não o serviço do profissional.
Durante a reunião, o presidente da CPI da Saúde, deputado Sérgio Ricardo (PR), voltou a citar que cerca de quatro mil pessoas esperam para realizar uma cirurgia no Estado. E disse que “não se lembra de nenhum outro momento em que secretários municipais e estaduais estiveram juntos para discutir um problema como este. Pretendemos encontrar alternativas para acabar com esse elevado número de pessoas sem atendimento”, afirmou. Na segunda-feira (21), às 15h, acontece reunião com os secretários de Estado de Saúde, Augustinho Mouro, e de Cuiabá, Maurélio Ribeiro, a meta é que prefeitura e Estado firmem um convênio para acabar com a fila de espera de cirurgias de alta complexidade.
Sérgio Ricardo também anunciou que os trabalhos da Comissão não serão suspensos no período do recesso do Legislativo. Em 25 de janeiro de 2010, a CPI realiza reunião com a equipe técnica e começa a análise dos relatórios das visitas realizadas a estabelecimentos de saúde e das respostas aos requerimentos feitos à diversas instituições e gestores. No dia 04 de fevereiro, a CPI vai ouvir o diretor do Hospital Geral Universitário (UNIC), Vander Fernandes, e na seqüência – em datas a serem confirmadas – os demais diretores de hospitais filantrópicos no Estado.
O deputado Antônio Azambuja ressaltou a importância de realização de visitas aos hospitais regionais e a toda rede credenciada para avaliar como eles estão sobrevivendo e como o Estado está tratando seus parceiros. O deputado Adalto de Freitas, Daltinho, sugeriu que além de traçar um diagnóstico da realidade da saúde em Mato Grosso, a CPI busque exemplos em outros estados e até fora do país, de práticas que estão dando certo para adequar à nossa realidade. “Precisamos não só ver nossas mazelas, mas buscar o que existe de modelo para que possamos seguir”, disse.
A deputada Chica Nunes avaliou a contribuição dada por Ricardo Mello: “ele aponta uma série de práticas que precisam ser revistas e a CPI vai buscar esses dados para colocar as soluções em um novo plano de saúde para Mato Grosso”, concluiu.
SECOM-AL