segunda-feira, 28/04/2025
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Nova tributação deve forçar 87% das empresas a repassar custos aos clientes

Empresas que não se adequarem a tempo poderão enfrentar multas, perdas financeiras e até mesmo a perda de mercado

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O relógio está correndo. A partir de 2026, começa a valer a nova legislação da reforma tributária — um marco que promete reconfigurar profundamente o cenário empresarial e fiscal do Brasil. Após anos de debate, a reforma se tornou realidade e vai exigir adaptação rápida das empresas. A pergunta que se impõe agora não é mais se elas serão impactadas, mas quanto e como.

Segundo dados da calculadora da ROIT, 73% das empresas precisarão aumentar os preços ao consumidor final. Ainda mais expressivo, 87% deverão repassar custos mais altos aos clientes intermediários. Além disso, 47% das empresas tendem a sofrer perda significativa nas margens de lucro.

A avaliação é do tributarista Lucas Ribeiro, CEO da ROIT, que acompanha os debates da reforma desde 2019. Nos últimos dois anos, participou de audiências públicas no Congresso Nacional apresentando análises técnicas baseadas em tecnologia desenvolvida pela própria ROIT. Ele também tem atuado como assessor de parlamentares na construção da legislação.

Para Ribeiro, não há mais tempo a perder: “As empresas precisam começar imediatamente a se preparar para as novas regras”, afirma. A reforma será implementada de forma progressiva, com início em janeiro de 2026 e conclusão prevista para 2033. Durante esse período, os dois modelos — o atual e o novo — vão coexistir. Como os prazos estão inscritos na Constituição Federal, as chances de adiamentos são mínimas.

Transição exigirá estratégia e rapidez

“O processo de transição será um verdadeiro teste de agilidade, estratégia e conhecimento”, alerta Ribeiro. “Os vencedores da reforma serão aqueles que dominarem os números e se prepararem em 2025. Os perdedores? Aqueles que deixarem tudo para a última hora ou acreditarem que nada precisa ser feito.”

Entre os principais desafios estão as alíquotas unificadas — que, na prática, podem variar entre municípios —, novas formas de apuração e a implementação do conceito do IVA (Imposto sobre Valor Agregado). A mudança, segundo o especialista, impacta toda a cadeia de valor, incluindo precificação, contratos, sistemas de gestão e até mesmo a cultura organizacional.

Cinco passos para começar já

Para evitar riscos e se posicionar à frente da concorrência, Ribeiro recomenda cinco ações imediatas:

  1. Revisar contratos e fornecedores: é essencial garantir que os contratos atuais estejam adequados à nova tributação. Negociar agora pode evitar prejuízos no futuro.

  2. Adequar sistemas de gestão: ERPs e softwares fiscais devem estar atualizados para lidar com as novas exigências. A tecnologia da ROIT, como a Calculadora da Reforma Tributária, pode facilitar esse processo com simulações e ajustes em tempo real.

  3. Treinar a equipe: os colaboradores precisam compreender as mudanças para tomar decisões rápidas e acertadas.

  4. Revisar preços e margens por item: o impacto tributário será diferente conforme o setor e o produto. Ajustar preços agora pode garantir competitividade.

  5. Simular cenários: ferramentas de simulação são fundamentais para prever impactos e formular uma estratégia sólida.

Agir agora é vital

Ribeiro ilustra o risco da procrastinação com um exemplo direto: “Imagine tentar renegociar preços, ajustar contratos e treinar sua equipe com apenas 90 dias antes da nova lei entrar em vigor. Parece loucura? É o que muitas empresas enfrentarão se não começarem já.”

Segundo ele, o tempo é o ativo mais valioso nesse processo. “As empresas que se anteciparem terão um ano inteiro para testar, errar e corrigir — com muito mais segurança e competitividade.”

Consequências da inércia

Empresas que não se adequarem a tempo poderão enfrentar multas, perdas financeiras e até mesmo a perda de mercado. Decisões baseadas em dados incorretos ou desatualizados podem comprometer margens de lucro e competitividade, alerta Ribeiro.

Entenda a reforma

A reforma tributária foi instituída pela Emenda Constitucional 132, promulgada em 2023, com base na PEC 45/2019. Em janeiro de 2025, foi sancionada a Lei Complementar 214/2025, originada do PLP 68/2024, que regulamenta os principais pontos da nova estrutura tributária.

Com a contagem regressiva em andamento, o recado dos especialistas é claro: quem deixar para depois, corre sérios riscos.

Com informações do MT Econômico

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