O secretário de Justiça e Segurança Pública, Carlos Brito, e o diretor da Polícia Civil, José Lindomar Costa, apresentaram ontem uma nova proposta salarial aos investigadores de polícia. Pela nova tabela, haverá duas etapas de reajuste. De imediato, o salário inicial de R$ 1.370 sobe para R$ 1.430,48. A partir de agosto do próximo ano, o inicial será de R$ 1.619,29 e, no fim de carreira, de R$ 3.559,82. Tanto investigadores como escrivães deverão informar nesta semana à Polícia Civil se aceitam a proposta. A mesma tabela foi apresentada aos escrivães que não estão em greve.
Segundo Brito, o diferencial está na reestruturação da carreira da Polícia Civil, que prevê quatro classes com 10 níveis cada, dando um realce maior para quem está na carreira há mais tempo. “No fim da classe A, o salário será de R$ 1.850,48. É uma forma de valorizar quem tem mais tempo”, frisou.
Brito destacou que no momento o governo não tem como atender integralmente as reivindicações da categoria. O secretário disse que o impacto do reajuste no orçamento será de R$ 8,6 milhões para o próximo ano e R$ 19 milhões para 2009.
A reunião para decidir a nova tabela salarial ocorreu ontem de manhã, na Diretoria de Polícia Civil e, além do secretário e do diretor geral de Polícia Civil, contou com a presença da diretora-adjunta, Taís Camarinha, e representantes do sindicado dos investigadores. Estes não comentaram a nova proposta.
Em greve há cinco dias, os investigadores terão uma nova assembléia na próxima terça-feira para discutir a proposta. Os escrivães o farão na quarta-feira. Estes não paralisaram as atividades e continuaram as negociações.
Os delegados decidiram anteontem, em assembléia geral, não aderir à grave dos investigadores. Eles estavam divididos sobre a proposta de paralisação, mas acabou prevalecendo a vontade da ala que prefere outras formas de demonstrar apoio.
O presidente do Sindicato dos Delegados, Dirceu Vicente Lino, explicou que, a partir de segunda-feira, os delegados vão trabalhar usando um símbolo de apoio aos investigadores. Além disso, vão publicar comunicados na imprensa e colocar faixas na porta do sindicato e outros pontos da cidade expressando-se formalmente em favor dos policiais.
Conforme Lino, a categoria decidiu continuar negociando com o governo o pagamento da verba indenizatória, aposentadoria integral (com 30 anos de serviço) e a correção salarial de 54%, que seriam as perdas referentes a inflação e o adicional por tempo de serviço acumulados nos últimos sete anos.