Nesses ataques, 121 alvos foram atingidos, sendo 68 ônibus (44 na capital). Com medo da violência e depredação, quase todas as empresas de transporte público da capital mantiveram seus ônibus nas garagens durante a madrugada e início desta manhã.
Por volta das 12h, apenas quatro companhias operavam suas frotas normalmente na capital, segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), prejudicando o transporte da população.
Segundo o comandante da Polícia Militar de São Paulo, coronel Eliseu Eclair Teixeira Borges, diferentemente dos ataques de maio, agora a destruição foi terceirizada.
“São adolescentes na grande maioria. O alvo principal são os ônibus”, afirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira.
Para o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), “o crime quer paralisar a cidade de São Paulo, paralisando o transporte público”.
“A origem é o PCC (Primeiro Comando da Capital), a origem é o crime organizado”, acrescentou Kassab.
A Polícia Militar decidiu reforçar o policiamento nos ônibus, inclusive com policiais à paisana, para tentar prevenir os ataques aos coletivos.
Segundo levantamento feito pela SPTrans, entre as 18h de quarta-feira e a manhã desta quinta-feira, foram 29 ataques a coletivos na capital, onde o rodízio de veículos foi suspenso.
A sétima morte relacionados aos ataques do crime organizado contabilizada pelas autoridades de segurança do Estado ocorreu em Campinas. Um agente prisional que fazia a escolta de presos em regime semi-aberto foi atacado durante uma emboscada e, na troca de tiros, acabou morto.
Além dos ataques a ônibus, as ações criminosas tiveram como alvo diversas agências bancárias, atingidas por tiros ou coquetéis molotov na capital e no interior do Estado.
Nos ataques contra as forças de segurança viaturas da Polícia Militar foram atingidas por coquetéis molotov e granadas em diversos incidentes. Delegacias de polícia tiveram as fachadas metralhadas em Jundiaí e Piracicaba, mas ninguém se feriu.
Em Brasília, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, se reúne com o comando das forças federais de segurança. Até agora, o governo paulista tem recusado a ajuda oferecida pelo governo Lula.
A nova onda de violência, depois dos ataques deflagrados em maio pela facção criminosa PCC, começou na noite de terça-feira.
Segundo a cúpula de Segurança Pública do Estado de São Paulo, os ataques podem ter sido deflagrados pela publicação de uma suposta lista de transferência de presos que possivelmente iriam para o presídio federal de Catanduvas (PR).