terça-feira, 03/12/2024
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Nova ferramenta promete conter desmatamentos, inclusive no Brasil

Uma nova ferramenta eletrônica chamada Forest Watch Global (GFW) oferece ao público, os políticos e os cientistas quase em tempo real, dados sobre as florestas da terra através de um site interativo. Lançado na semana passada pelo Instituto de Recursos Mundiais, a ferramenta permite aos usuários monitorar o desmatamento ao longo do tempo, encontrar recentes áreas claras e incêndios em curso, e receber alertas quando houver alterações em áreas específicas de interesse, é o que relata uma matéria da revista Science desta semana.

Um acordo entre governos, cientistas e grupos de ambientalistas trabalhou no mapa interativo, por 2 anos. O público alvo são todos, desde ativistas a biólogos para empresas interessadas na origem dos produtos que compram de áreas florestais. "Se você está tentando monitorar o desmatamento em tempo quase real para a aplicação da lei, para a gestão da cadeia de suprimentos, está será uma ferramenta muito útil", diz Nigel Sizer, ecologista que lidera a equipe da floresta no WRI, um apartidário ambiental em Washington, DC.

Cientistas carregaram o GFW com uma variedade de conjuntos de dados e ferramentas. Os dados do satélite Landsat, MODIS e outras fontes remotas estão grampeados. Os usuários podem visualizar as fronteiras políticas, áreas protegidas, e áreas comerciais para extração de madeira, mineração, ou a produção de óleo de palma. Os conjuntos de dados em que assenta o site estão ligados em um único lugar, ajudando os cientistas a navegar e obter informações sobre os novos dados geográficos. Cientistas são estimulados a publicar histórias ligadas às florestas particulares.

A matéria diz ainda que a maioria dos dados volumosos acessíveis com o GFW já estava disponível ao público antes da implementação da semana passada. Mas poucas universidades fora ou um punhado de agências governamentais ou organizações sem fins lucrativos especializadas poderá usá-lo para controlar o desmatamento de forma confiável, diz o geógrafo Christopher Justiça, da Universidade de Maryland, College Park. Os cientistas da sua instituição ajudaram a fornecer a WRI e analisaram dados do Landsat que mostrou mudanças na cobertura florestal. Outro grupo, que se juntou ao WRI há 2 anos, criou um produto de dados que inclui alertas de novos desmatamentos a cada 16 dias. Os parceiros na colaboração incluem o Google, que ajuda a analisar e visualizar os dados.

"Antes, se tiver sorte, você poderia analisar um, dois, talvez três locais para o desmatamento", diz Lilian Pintea, uma bióloga de conservação do instituto Jane Goodall, em Viena, Virginia. Que os esforços do grupo para comparar as condições em diferentes habitats do chimpanzé foi limitado por um processo árduo que exigiu aos pesquisadores baixar dados de satélite, matérias, processar as imagens para remover o ruído e as nuvens, e depois analisá-los para as mudanças. "Agora, pela primeira vez, podemos comparar a forma como os habitats de chimpanzés estão mudando na escala de toda a sua gama", diz Pintea. Seu grupo está usando a ferramenta de alertas de desmatamento para investigar possíveis novos desmatamentos. O WRI planeja gastar até US$ 3 milhões ao longo dos próximos anos para pequenas subvenções para incentivar cientistas de países em desenvolvimento a realizar pesquisas com a sua ferramenta.

O GFW é o mais recente passo na democratização de dados florestais na esperança de conter o desmatamento em todo o mundo, diz Steve Schwartzman, que dirige o programa de floresta tropical no Fundo de Defesa Ambiental, em Washington, DC Em 1999, começou a monitorar florestas com relatórios impressos e mapas. Em 2002, o Brasil começou a fazer os seus dados de satélite sobre as florestas públicas. Seis anos depois, o Serviço Geológico dos EUA abriu seu arquivo de dados do satélite Landsat.

Um documento baseado nesse tesouro de alta resolução global, mapas do século 21, com mudança na cobertura florestal, impressionou os pesquisadores com a sua análise detalhada. Ajudado pelo poder de computação em nuvem do Google Earth, o trabalho analisou 12 anos de mudanças na floresta com uma resolução de 30 metros. Agora, os dados processados ??estarão disponíveis para qualquer pessoa com conexão à Internet para construir fora desse trabalho.

Schwartzman diz que transparência é "um dos elementos que tem contribuído para a grande queda no desmatamento do Brasil", ajudando a estimular uma maior proteção dos territórios indígenas e certas florestas ameaçadas e uma repressão sobre o desmatamento ilegal. “Mais transparência não leva a parar o desmatamento. Mas este é um passo fantástico,” finaliza a matéria da revista.

 

 

 

Jornal do Brasil

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Parmenas Alt
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