segunda-feira, 23/12/2024
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Nova alta ao consumidor

A exemplo do gás natural veicular (GNV) e do álcool hidratado, os preços do óleo diesel também apresentam reajustes no valor de bomba nos últimos dias. Em alguns postos de Cuiabá o combustível atingiu o seu patamar mais elevado do ano, chegando a ser comercializado por até R$ 2,19, alta de 6,83% em relação aos preços médios do começo do mês, que em média estavam cotados a R$ 2,05.

Os proprietários dos postos não têm uma explicação lógica para o aumento nos preços do diesel. “Estamos repassando os preços de acordo com os valores adotados pelas distribuidoras”, disse o proprietário de um posto da Avenida Fernando Corrêa.

Segundo o gerente de posto Antônio Fontanelli, a alta do diesel nada tem a ver com os últimos aumentos nos preços do álcool – que está sendo vendido por até R$ 1,45/litro – e da gasolina, que saiu de R$ 2,78 (preço médio) – numa breve temporada de promoções que reduziu o preço do litro para casa dos R$ 2,70 – para os atuais R$ 2,88. “É uma questão de mercado, mas não sabemos exatamente os motivos”, acrescentou.

A reportagem do Diário tentou contato ontem pela manhã com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetróleo), mas não encontrou ninguém da diretoria para falar sobre a alta do diesel.

Os preços em toda a cadeia de produção e comercialização de combustíveis – produção, distribuição e revenda – estão livres desde janeiro de 2002.

Na maioria dos postos de Cuiabá, os preços oscilavam ontem entre R$ 2,15 e R$ 2,18. Apenas um posto da bandeira Simarelli, na região do Distrito Industrial de Cuiabá, vendia o combustível por preços abaixo da média, R$ 2,05 nas vendas com cartão e, R$ 2, nos pagamentos em dinheiro.

CAMINHONEIROS – A alta do diesel provocou irritação nos caminhoneiros, que dependem em boa parte dos preços dos combustíveis para ter maior rentabilidade com o frete.

No Distrito Industrial de Cuiabá, muitos reclamavam dos preços adotados pelos postos locais.

“Evito abastecer em Cuiabá”, diz Paulo Costa, motorista de uma Scania emplacada na cidade de Toledo (PR). “O combustível lá no Paraná é bem mais barato, pago em média R$ 1,75. Aqui só abasteço o necessário para chegar até outra cidade”, diz o motorista.

Alcides Oelke, que trabalha para a transportadora Kist, de Marechal Rondon, também do Paraná, diz que abastece “o mínimo possível” em Mato Grosso. “Só quando o combustível está acabando é que abasteço aqui. Geralmente saiu com o tanque cheio do Paraná e só venho abastecer em Coxim (MS)”.

FROTISTAS – Os frotistas também reclamam dos preços do diesel em Cuiabá. Segundo Walter Ribeiro Bueno, da Rebock Transportes, com sede no Distrito Industrial, 80% dos caminhoneiros abastecem fora de Cuiabá. “Eles só abastecem aqui quando não há outro jeito mesmo”, diz, lembrando que os preços do diesel estão consumindo parte do lucro do setor.

Para Jefferson Brustolin, gerente da Cooperativa de Transporte Unioeste, a margem de lucro está cada vez mais achatada pelos preços do diesel e os motoristas “realmente evitam abastecer seus veículos em Cuiabá”. A Unioeste conta com uma frota de 73 caminhões e a maioria chega a Mato Grosso com seus tanques já abastecidos.

REALIDADE – Frotistas, transportadores e produtores rurais, reclamam que Mato Grosso – assim como Mato Grosso do Sul – reclamam que o Estado tem a maior alíquota para cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o diesel do Centro-Oeste: 17%. Em Goiás a alíquota que serva de base para cobrança do ICMS é 12%.

Donos de postos, principalmente daqueles localizados às margens das rodovias, revelam que a venda do diesel é praticamente inviável, pois o preço de bomba afugenta os consumidores, que optam por abastecer em cidades goianas, por exemplo. O reflexo desta opção está na queda sobre o volume comercializado do combustível internamente. O ano de 2005 e 2006 fechou com redução no volume de vendas de 14%. Enquanto em 2004 o consumo chegou passou de 2 milhões de litros, em 2005 caiu para pouco mais de 1,7 milhões e no ano passado para pouco mais de 1,4 milhões. Sem apostar em percentuais, segmento revendedor aposta em nova redução. Cerca de 70% do volume consumido internamente é utilizado pelos produtores rurais.

Além do peso da alíquota, no Estado existe um fundo arrecadador, o Fethab, que tem sua receita voltada para investimentos na habitação e melhoria das malhas estaduais. São R$ 0,10 por litro consumido.

Por essa realidade, atualmente mais de 40% do preço do diesel é imposto sobre imposto. Com alíquota de 12% em Goiás, o ICMS abocanha R$ 0,20 por litro e em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul isso chega a R$ 0,32. (Colaborou Marianna Peres, editora do caderno de Economia)

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Parmenas Alt
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