Na principal rua comercial da cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, vendedores oferecem mercadoria ilegal na rua, durante o dia. Entre os produtos vendidos, há armas, remédios de uso controlado e dinheiro falsificado.
A venda de dinheiro falso é sempre feita do lado paraguaio, a poucos metros da fronteira com o Brasil.
Na quinta-feira (13), um produtor do Fantástico conversou com um vendedor de dinheiro falsificado com uma câmera escondida. O homem mostra cédulas falsas de R$ 50 e propõe cinco notas falsas por uma verdadeira. Ele diz ainda que é “mais fácil” passar o dinheiro fácil no Brasil.
No Instituto de Criminalística de São Paulo, peritos fizeram uma análise da cédula. Na nota verdadeira, a impressão é em alto relevo. Na falsa, foi utilizada tinta comum e os falsificadores procuraram reproduzir a marca d”água e a sigla do Banco Central (BC) entre os números da nota.
“Como a coloração está muito boa e essa impressão é com alta qualidade de nitidez, o indivíduo pode ser levado ao engano”, analisa a perita Luciana Quintanilha.
Quadrilhas presas
Segundo a polícia, existem quadrilhas que se dedicam a fazer réplicas cada vez mais perfeitas. Na sexta-feira, 15 pessoas foram presas acusadas de fabricar dinheiro falso. Segundo as investigações, em seis meses, a quadrilha distribuiu R$ 2,5 milhões falsificados para estados do Nordeste e do Sudeste. No mês passado, em Rondônia, foram encontrados R$ 3,5 milhões falsificados dentro de um carro. Até agora, ninguém foi preso.
O destino das falsificações, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), é quase sempre o mesmo: grandes centros do país como São Paulo e Rio de Janeiro, e capitais como Goiânia e Cuiabá.
Segundo o Banco Central, a falsificação mais comum é feita com a cópia de cada lado da cédula e a utilização de uma fita que simula o chamado “fio de segurança”. Essa falsificação é considerada grosseira e de fácil identificação.
“Quase 99% são feitas com papel comum, então a textura é absolutamente diferente. Com a verificação da marca d”água (contra a luz), já dá pra você eliminar 90% da possibilidade de cair com uma nota falsa”, diz João Sidney, chefe do departamento de Meio Circulante do Banco Central.
Quem fabrica dinheiro falso no Brasil pode ser condenado a 12 anos de prisão. Também comete crime quem repassa as notas sabendo que elas não são verdadeiras. A pena é de até três anos de cadeia.
G1