quinta-feira, 07/11/2024
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Netanyahu pede apoio mundial contra relatório da ONU sobre Gaza

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira que as potências mundiais deveriam rejeitar o relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) que censura a recente ofensiva de Israel na faixa de Gaza como crime de guerra. Netanyahu insinuou ainda que o apoio das potências pode ser vital para o progresso nas conversas de paz com os palestinos.

O relatório, apresentado em Nova York pelo juiz sul-africano Richard Goldstone, da comissão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, afirma que Israel fez uso desproporcional da força e violou o direito humanitário internacional.

O documento traz diversas denúncias contra militares israelenses, porém pondera que o lançamento de foguetes pelos insurgentes palestinos –que motivaram a operação, segundo o governo de Israel– também configura crime de guerra.

Netanyahu, que sofre pressão internacional para congelar os assentamentos na Cisjordânia para que as conversas de paz possam ser retomadas, disse que comentaria o relatório na Assembleia Geral da ONU na próxima semana.

“Vou dizer aos líderes mundiais que eles também sofrem com o terror”, disse ele em entrevista à rede de televisão Channel Two TV. “Vou dizer a eles: vocês dizem apoiar nosso direito de autodefesa e que devemos assumir riscos pela paz (…) não me digam isso depois do próximo acordo, digam agora. Manifestem-se, rejeitem esse relatório e ajam para conter suas consequências agora.”

Netanyahu lembrou ainda o apoio internacional a Israel quando retirou seus soldados e colonos da faixa de Gaza em 2005, após 38 anos de ocupação. “E agora essa mesma comunidade internacional que nos aplaudiu está apontando um dedo acusador contra nós, como se nós, e não o Hamas, fossemos os criminosos de guerra.”

Israel defendeu sua ofensiva de dezembro e janeiro passado como uma reação ao lançamento de foguetes palestinos e desdenhou as descobertas dizendo que favorecem o Hamas, grupo islâmico radical em controle de Gaza. Especialistas israelenses expressaram temor de que o relatório leve a julgamentos de crimes de guerra.

Os EUA, maiores aliados de Israel, disseram ter “preocupações muito sérias” com o relatório. Susan Rice, embaixadora norte-americana na ONU, o classificou como “parcial, desequilibrado, essencialmente inaceitável.”

Ofensiva

Israel lançou em 27 de dezembro uma grande ofensiva contra o grupo islâmico radical Hamas na faixa de Gaza com objetivo declarado de retaliar o lançamento de foguetes contra o território israelense.

Segundo o Centro Palestino de Direitos Humanos, a operação deixou 1.434 palestinos mortos –incluindo 960 civis, 239 policiais e 235 militantes. Já as Forças de Defesa israelenses admitiram ter matado 1.370 pessoas, incluindo 309 civis inocentes, entre eles 189 crianças e jovens com menos de 15 anos.

Diversos grupos de direitos humanos divulgaram relatórios criticando os dois lados por crimes de guerra –Israel pelo abuso de força em um território populoso e o Hamas por usar humanos como escudos e por atirar foguetes indiscriminadamente contra Israel.

O Exército israelense realizou uma investigação interna em abril passado diante de relatos publicados no jornal israelense “Haaretz” de soldados que lutaram na recente ofensiva na faixa de Gaza e que descrevem assassinato de civis inocentes, além de um bilhete que ordena ataques a equipes médicas e a campanha dos rabinos do Exército para transformar a operação em uma “guerra santa”. Na época, as Forças Armadas israelenses rejeitaram as denúncias como boatos.

F.Online

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Parmenas Alt
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