quinta-feira, 07/11/2024
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NEM ROSA, NEM AZUL: POR UM NATAL COM BRINQUEDOS GENDER FREE

H&aacute cinco anos, decidi dar um carrinho de presente pra uma sobrinha. Isso porque ela roubava os do irm&atildeo e achei que, ao inv&eacutes de pegar carona, devia ter o pr&oacuteprio. Rodei&nbsplojas, fiz pesquisas, tudo tentando achar um carro fofo para ela que n&atildeo fosse como os do irm&atildeo. Achei um roxo para beb&ecircs. Ela amou. Mas pensando agora, acho que fui boba.

Por qu&ecirc? Acho que me levei&nbsppelo conto de que roxo e rosa s&atildeo cores de&nbspmeninas. Uma maldi&ccedil&atildeo do mundo infantil. Se fosse hoje, compraria um carrinho &quotde menino&quot mesmo. Azul, verde, vermelho, amarelo. Ou melhor, um carr&atildeo! E te convido para fazer isso nesse natal: compre para sua sobrinha um puta carro, um convers&iacutevel. Melhor: compre um caminh&atildeo! Ou um esportivo de controle remoto.

Para o seu sobrinho, bem, acho que os homens precisam, por exemplo, se tocar de uma vez por todas que precisam dividir as tarefas, e por isso, que tal&nbspcomprar um lava lou&ccedila rosa e um escorredor roxo?!

Mas porque tem que ser dessas cores? Porque s&oacute existem dessas cores. Eu mesma chequei. E por mais que algumas marcas de brinquedos tentem se esfor&ccedilar, o recado ainda &eacute claro: as meninas s&atildeo belas, recatadas e do lar. E os meninos aventureiros, policiais, bombeiros.

Tive dificuldade de comprar o carrinho cinco anos atr&aacutes. E tamb&eacutem escrevi sobre isso na &eacutepoca.&nbspCinco anos se passaram. O feminismo virou mainstream. At&eacute a Cristian Dior abre seu desfile com uma camiseta escrito: toda mulher devia ser feminista e mulheres como Madonna e Beyonce jogam a mensagem do feminismo para o mundo, assim como as novas estrelas de Hollywood. As meninas tomaram conta das ruas do Brasil inteiro gritando: nem bela e nem do lar, a mulherada est&aacute na rua para lutar. S&oacute que&hellip nas se&ccedil&otildees&nbspde brinquedos, pouco mudou.

Existem, sim, iniciativas esparsas no mundo. A marca Top Toy, da Su&eacutecia, lan&ccedilou em 2012 uma linha&nbspgender free&nbsp(g&ecircnero livre)&nbspe parou de catalogar os brinquedos como de meninos e de meninas. O cat&aacutelogo da marca &eacute demais e mostra, por exemplo, menino penteando o cabelo de uma menina. N&atildeo deixei de soltar&nbspum: Ai, que fofo!.&nbsp

Nos Estados Unidos, o comit&ecirc de&nbspMulheres e Crian&ccedilas da Casa Branca&nbspfez um estudo sobre brinquedos e g&ecircneros e concluiu que os brinquedos hoje s&atildeo mais diferentes para g&ecircnero do que eram 50 anos atr&aacutes! Isso quer dizer: existe mais distin&ccedil&atildeo entre o que serve para meninas e o que serve para meninos.&nbspO mundo pink, segundo estudiosos, come&ccedilou a ficar forte nos anos 80, passou a ser percebido nos anos 2000 e agora tomou conta de tudo.

Cabe a n&oacutes pressionar e bagun&ccedilar essas&nbspregras!&nbsp

Revista:TRIP-POR NINA LEMOS

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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