Altos diplomatas estão reunidos nesta quinta-feira em Pequim para planejar a próxima medida nas negociações para que a Coréia do Norte abandone suas ambições nucleares. As negociações entre delegados da Coréia do Sul, Coréia do Norte, Rússia, Estados Unidos, China e Japão serão retomadas após um intervalo de nove meses.
As negociações foram interrompidas depois que a Coréia do Norte perdeu o prazo para entregar uma declaração nuclear. O documento, que deveria ter ficado pronto em dezembro de 2007, só foi entregue no mês passado.
O encontro em Pequim vai discutir como se pode verificar a veracidade de cada ponto contido na declaração.
Inspeções
Os negociadores precisam chegar a um acordo sobre a entrada de observadores internacionais para entrevistar autoridades norte-coreanas e inspecionar plantas e equipamentos nucleares.
A Coréia do Norte está desmantelando sua instalação nuclear de Yongbyon em troca por incentivos econômicos.
Mas o país também pede que se acelere o pagamento da compensação econômica, que inclui milhões de toneladas de combustível.
“Nossa esperança é produzir um regime de verificação que vai estabelecer as regras para as medidas”, disse o enviado especial dos Estados Unidos, Christopher Hill.
Segundo ele, o processo de verificação vai demorar “mais do que apenas uns dias… várias semanas ou talvez até meses. Mas nós temos que concordar em como ela vai funcionar”.
Alguns analistas apontam o pragmático Hill como um dos principais motivadores do processo de negociação.
Para outros, no entanto, o governo do presidente americano George W. Bush está concedendo demais às demandas da Coréia do Norte.
A Coréia do Norte concordou em abrir mão de suas ambições nucleares no ano passado. Em troca, os cinco países envolvidos nas discussões concordaram em fornecer combustíveis e fazer concessões diplomáticas ao país.
Em junho, a Coréia do Norte detonou uma torre de resfriamento do reator de Yongbyon. A medida foi considerada simbólica, já que o reator já estava desativado.
O governo americano revogou algumas sanções que havia imposto ao regime. O país também deu início a medidas para retirar a Coréia do Norte da lista de Estados que patrocinam o terrorismo.
Na semana passada, a Coréia do Norte disse que não tomaria mais nenhum passo em direção ao desarmamento nuclear até que os demais países fornecessem parte da ajuda prometida.
U.SEG