Estudo será desenvolvido na Alemanha com 12 homens e 12 mulheres, que deverão tomar banho, ‘ir ao banheiro’ e ter atividades de lazer deitados
Com a chegada do outono e suas temperaturas mais amenas, muitos brasileiros estão encontrando dificuldades para sair da cama pela manhã e encarar mais um dia de trabalho. Mas e se esse desejo de permanecer deitado fosse justamente parte do seu trabalho? É mais ou menos isso que a Nasa e a ESA, a agência espacial europeia, estão propondo para um estudo que será desenvolvido na Alemanha.
A pesquisa terá duração total de 89 dias, sendo os primeiros 15 para adaptação; depois mais 60 dias no leito e depois mais 14 dias de recuperação. Apesar de buscarem ” voluntários “, as agências pagarão muito bem àqueles que participarem do estudo: 16.500 euros, o equivalente a pouco mais de R$ 73 mil na cotação atual.
O objetivo do estudo é permitir que os cientistas entendam melhor as mudanças que ocorrem no corpo humano devido à ausência da gravidade – como ocorre com os astronautas . A eliminação da gravidade no espaço leva a uma série de alterações fisiológicas, como o enfraquecimento dos músculos e ossos e o deslocamento dos fluidos corporais em direção à cabeça, afetando o sistema cardiovascular e causando alterações nos olhos.
Durante a pesquisa, batizada de Estudo de Descanso de Leito de Gravidade Artificial (Agbresa), os voluntários ficarão em um leito inclinado 6º para trás e terão a postura constantemente monitorada por câmeras. Não serão cedidos travesseiros aos participantes do experimento.
Cada uma das ‘cobaias’ será submetida a uma bateria de testes de função cardiovascular, equilíbrio, força muscular e testes cognitivos, incluindo exames como biópsias musculares, microdiálise e eletromiograma, assim como exames de sangue regulares. A dieta durante o estudo é padronizada, ou seja, a composição das refeições é adaptada às necessidades do sujeito em termos de nutrientes.
E, afinal, como eu me candidato? Os requisitos para participar do estudo são: ter entre 24 e 55 anos de idade e não ser fumante. Se você se enquadrar nesse grupo, pode enviar um e-mail para probanden-bit@dlr.de e solicitar mais informações.
A primeira etapa do Agbresa será realizada entre o fim de março e o fim de junho deste ano. Já a segunda ocorrerá entre os meses de setembro e dezembro de 2019. O pagamento dos 16.500 euros será realizado pela Nasa e ESA em seis parcelas. As duas primeiras serão de 6.750 euros cada e serão pagas ainda durante o estudo. As demais, de 750 euros cada, serão transferidas durante exames de acompanhamento a serem realizados até 2021.