Mano Menezes deixou o estádio de La Plata decepcionado. O técnico classificou como “ruim” a estreia da seleção na Copa América e, embora não descarte mudanças para a partida contra o Paraguai, no próximo sábado, disse que não vai mudar radicalmente.
“Tenho uma linha de trabalho e não vou mudar tudo aquilo que trabalhei. O que posso fazer é mexer numa coisa”, afirmou Mano, que ficou por mais de uma semana treinando a mesma formação para a estreia brasileira na Copa América, sem buscar esquemas alternativos.
Mano reclamou que a seleção foi “óbvia” contra a Venezuela. “Algumas coisas foram evidentes. Chegamos bem até a intermediária e, dali para frente, fomos lentos em determinadas horas. Fomos muito óbvios. Jogamos muitos isolados nas pontas e só com um atacante no meio”, declarou o treinador.
Mano, que domingo estreou em torneios oficiais com a seleção, acumula cinco vitórias, dois empates e duas derrotas desde que assumiu o time, em agosto de 2010. O treinador ainda protagonizou uma confusão com o treinador da Venezuela, César Farías.
No intervalo do jogo, ele e Farías trocaram insultos. Pouco antes de entrar no vestiário da seleção, Mano não gostou de ver o técnico rival discutir com Neymar e partiu em direção ao adversário.
O venezuelano xingava o santista e o acusava de falta de fair play. Neymar não jogou a bola para fora depois de um rival cair no campo. O atacante quase marcou o gol em sequência de contra-ataque puxado por Ganso.
Os jogadores venezuelanos pressionaram o meia –também queriam que o santista jogasse a bola para fora. “Por falta de experiência, o Neymar entrou no túnel sozinho e foi xingado pelo treinador. Quando vi aquilo, fui lá e me meti. Ele não tem o direito de conversar com o Neymar”, disse Mano, ao ser questionado sobre a confusão no intervalo da partida.
Depois do jogo, Farías confirmou a discussão e voltou a criticar o atacante brasileiro. “Reclamei com o Neymar mesmo. O técnico brasileiro viu a reclamação de outra maneira. Acredito que o Brasil não precisa disso para vencer”, declarou o treinador venezuelano.
Pivô da polêmica, o santista disse que não entendeu os “xingamentos” do venezuelano. “Estava de costas naquela hora. O treinador deles começou a me xingar, mas não entendo nada. Aí, o Mano veio e me defendeu”, declarou Neymar, que teve atuação discreta no domingo.
F.COM
MARTÍN FERNANDEZ
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A LOS CARDALES