quinta-feira, 19/09/2024
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Não precisamos de armas químicas para vencer guerra, dizem autoridades sírias

 

Duas autoridades sírias negaram que forças do governo de Bashar Al-Assad usaram armas químicas contra os rebeldes que tentam depor o regime na guerra civil de dois anos do país.

Essa foi a primeira resposta de Damasco às afirmações feitas pela Casa Branca e pelo secretário de Defesa dos EUA de que a inteligência americana concluiu "com algum grau de confiança", que o regime sírio usou por duas vezes o agente químico sarin, que ataca o sistema nervoso.

 

 

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A informação sobre a conclusão da Inteligência americana surgiu dois dias depois de o brigadeiro-general Itai Brun, chefe de pesquisa e análise na Inteligência do Exército de Israel, ter afirmado queforças de Assad usaram armas químicas no mês passado em confrontos contra os rebeldes.

Segundo ele, evidências visuais dos supostos ataques, como imagens de pessoas feridas, indicam o uso desse tipo de armamento não convencional. Ele, porém, não deu qualquer indicação de que tivesse outra evidência, como mostras de solo.

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Na capital síria, entretanto, uma autoridade do governo disse que o Exército de Assad "não usou e não vai usar armas químicas mesmo que as tivesse". Em vez disso, ele acusou as forças da oposição de usá-las em um ataque ao vilarejo de Khan al-Assad, em março. Os dois lados trocaram acusaçõessobre o ataque mortal.

A autoridade disse que o Exército sírio não precisa usar armas químicas, "porque é capaz de alcançar qualquer área da Síria que desejar" sem elas. Ele falou à Associated Press em condição de anonimato, pois não estava autorizado a dar comunicados oficiais.

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Sharif Shehadeh, um legislador sírio, disse que as tropas de seu país "podem vencer a guerra com armas tradicionais" e não têm necessidade de fazer uso de armas químicas.

Shehadeh disse que as alegações dos EUA são "mentiras" e comparou-as com as falsas acusações feitas pelo governo americano de que o Iraque possuía armas de destruição em massa – alegação usada por políticos americanos para justificar a invasão do país em 2003.

"O que está sendo projetado para a Síria agora é semelhante com o que aconteceu no Iraque quando Colin Powell mentiu no Conselho de Segurança e disse que o Iraque possuía armas de destruição em massa antes da invasão dos EUA e ocupação daquele país", disse.

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O presidente Barack Obama havia afirmado que o uso de armas químicas representava o cruzamento de uma "linha vermelha" , e que poderia ter uma resposta militar. Mas o governo disse na quinta-feira que as novas revelações não significavam imediatamente uma mudança de postura para a intervenção.

Nas ruas de Damasco, o conflito continuava nesta sexta-feira, com tropas do governo confrontando rebeldes em dois bairros da região norte, segundo ativistas.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos disse que os confrontos entre rebeldes e soldados estavam concentrados nas regiões de Jobar e Barzeh. Os Comitês de Coordenação Local, outro grupo ativista, disse que as tropas bombardearam o bairro de Qaboun com morteiros e foguetes.

 

 

A agência estatal Sana disse que as tropas mataram cinco rebeldes em confronto próximo à mesquita de Jobar. Também acrescentou que outros "terroristas", termo usado pelo governo para designar os rebeldes, foram mortos na área e no bairro de Zamalka.

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No mês passado, tropas do governo lançaram uma campanha para repelir os avanços dos opositores perto da capital, posicionando unidades da tropa de elite do Exército em subúrbios rebeldes e destruindo postos rebeldes com ataques aéreos.

O Observatório também registrou conflitos na cidade de Aleppo, a maior da Síria, entre rebeldes e curdos armados no bairro de Sheikh Maqsoud. Também afirmou que houve lutas perto da base aérea de Abu Zuhor, na província de Idlib.

O conflito da Síria teve início com protestos pacíficos contra o regime de Assad em março de 2011, mas logo escalonou para uma guerra civil, que deixou até o momento, segundo estimativas da ONU, 70 mil mortos .

Com AP-UltSeg

 

 

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Parmenas Alt
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